O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu "radicalizar" sua revolução socialista, mesmo depois de as eleições legislativas do dia 25 de setembro terem resultado na melhor votação para a oposição nos 11 anos de seu mandato.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de Chávez, saiu vitorioso na votação da semana passada por uma pequena margem, ficando com 5,45 milhões de votos, o equivalente a 48,9 por cento, enquanto a oposição, reunida na coligação União Democrática, conquistou 5,33 milhões de votos, ou 47,9 por cento.
O resultado elevou o otimismo da oposição, que agora vê uma chance de derrotar Chávez nas eleições presidenciais de 2012.
Investidores e analistas esperam para ver qual será a reação de um homem que, após as eleições anteriores, nacionalizou grandes áreas na indústria e atacou o capital privado.
"Nós vamos seguir em frente, democraticamente radicalizando a revolução socialista, porque isso é necessário", disse Chávez na noite de sábado a telespectadores.
Ele fez pouco caso da celebração da oposição - que alegou vitória moral -, dizendo que teve "15 minutos de embriaguez".
Apesar da pequena margem de vitória na contagem geral de votos, os socialistas conquistaram uma confortável maioria na Assembleia nacional: 97 cadeiras enquanto a União Democrática obteve 65.
Entretanto, o partido governista não conseguiu reter os dois terços de cadeiras necessárias para aprovar leis e indicar autoridades para cargos em órgãos importantes, como a Suprema Corte de Justiça.
"Somente através do socialismo nós eliminaremos a miséria. Estou dedicado e decidido a aprofundar a revolução socialista e bolivariana", acrescentou Chávez neste domingo, no Twitter, referindo-se ao líder da independência Simón Bolívar.
Chávez não deu detalhes sobre o que pretende fazer, mas criticou duramente os mercados que ainda estão sob controle privado, dizendo que em vez de estarem repletos de alimentos eles vendem cerveja, rum, roupas e outros produtos.
