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Curitiba – Certa vez, o presidente venezuelano Hugo Chávez disse que gostaria de se manter no cargo até pelo menos 2031. Tempo mais do que suficiente para concretizar qualquer transformação em seu país, boa ou ruim. Essa vontade de se perpetuar no poder seria uma espécie de "síndrome de Fidel Castro"? O líder cubano se manteve por meio século no poder. Chávez sonha um pouco mais baixo: 32 anos.

Se levarmos em conta os quesitos da liderança latino-americana e da busca de Chávez por preencher o lugar deixado pela figura histórica de Simón Bolívar, fica fácil notar que o líder venezuelano tem "síndrome de Fidel", comenta Vírgilio Arraes, professor de Relações Internacionais da UnB. Bolívar foi um dos maiores líderes da independência e sonhava em ver uma América Latina integrada.

Arraes lembra também que o Parlamentarismo, em alguns casos, aumenta as chances de permanência no poder. "Tony Blair, primeiro-ministro da Inglaterra, está há 10 anos no cargo, assim como sua antecessora Margareth Thatcher, que ficou praticamente 11 anos."

No imaginário popular, Chávez é o grande sucessor do líder cubano Fidel Castro. Há quem diga que ele representa um Fidel modernizado, pregando um novo modelo de poder. É o que acha a socióloga da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Maria Lúcia Barbosa. "Fidel fez uma revolução enquanto Chávez conquistou o poder pelo voto." Levando-se em conta seu estilo particular de fazer política, pode-se esperar que o venezuelano lance mão de brechas constitucionais ou até mesmo um novo referendo para permanecer do poder, diz Maria Lúcia.

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