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Caracas – O presidente venezuelano Hugo Chávez tomou posse ontem para seu terceiro mandato presidencial, que vai de 2007 a 2013, dizendo que o socialismo é a "salvação" da Venezuela. Em seu novo governo, Chávez pretende promover a nacionalização de empresas dos setores elétrico e de telefonia.

Ao tomar posse, com a mão direita levantada para os juramentos, Chávez fez uma declaração que ficou famosa com o líder cubano Fidel Castro: "Pátria-mãe: Socialismo ou a morte, eu juro". Ele também fez referência a Jesus: "Eu juro por Cristo...o maior socialista em história", acrescentou.

No discurso que seguiu a posse, Chávez afirmou que seu principal objetivo até 2013 é "construir uma Venezuela socialista". "Eu não tenho a menor dúvida de que (o socialismo) é o único caminho para a redenção de nosso povo e a salvação de nossa Pátria-mãe", disse Chávez.

Segundo ele, o socialismo – e não o capitalismo– é o único caminho para garantir o bem estar "não apenas da Venezuela, mas do mundo todo".

Os atos solenes tiveram início pela manhã, com a colocação de uma coroa de flores no túmulo de Simón Bolívar (1783-1830), líder da independência dos países andinos, em Caracas.

Após o ato no Panteão Nacional, Chávez seguiu para o Palácio Legislativo para atender a uma cerimônia com a presença de integrantes do Gabinete Executivo e de representantes dos poderes Executivo, Legislativo, Judicial, e Eleitoral, além de diplomatas.

Em seguida, o chefe de Estado se dirigiu à sede a Assembléia Nacional, onde foi juramentado diante da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, e fez um discurso ao povo venezuelano, transmitido em cadeia nacional de rádio e tevê.

Nacionalização

Na cerimônia de posse, Chávez anunciou que o Estado deve aumentar seu controle sobre a atividade petrolífera e a extração de gás na Venezuela. "Devemos recuperar o controle de todas as associações estratégicas (para exploração de gás e petróleo) na faixa (do Rio Orinoco)", disse.

O presidente venezuelano citou um artigo da Constituição venezuelana que assegura o controle estatal da atividade petrolífera, mas não da extração de gás e acrescentou que ele deveria ser modificado "para incluir todos os hidrocarbonetos, sólidos, líquidos ou gasosos".

Ele também pediu alterações no artigo que reserva ao Estado a totalidade das ações da PDVSA, porém "excetua as filiais e associações estratégicas" - como os acordos que a estatal petrolífera tem com empresas como a americana Exxon Mobil, a francesa Total e a British Petroleum em projetos de exploração de petróleo no Orinoco."Estamos recuperando a maior reserva petrolífera do planeta", afirmou Chávez.

Durante a cerimônia, a líder da Assembléia, Cilia Flores, anunciou que dará ao presidente poderes extraordinários para que ele possa governar por decreto, atendendo a um pedido feito por Chávez na terça-feira. O líder venezuelano reiterou que em seu terceiro mandato irá fazer reformas "integrais e profundas na Constituição" e confirmou que acabará com o limite para as reeleições, o que lhe permitirá ficar indefinidamente no poder.

Segundo o presidente da comissão financeira da Assembléia, Ricardo Sanguino, o processo de estatizações incluirá negociações com os proprietários das empresas. "Não vamos fazer nada ilegal", disse Sanguino ontem. "Negociaremos com os cidadãos que possuem ações dessas companhias".

A CANTV possui cerca de 10 mil acionistas na Venezuela e 3 mil nos Estados Unidos. Ela é controlada pela americana Verizon Comunications, que detém 28,5% das suas ações.

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