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Chávez com a espada do herói venezuelano Simón Bolívar | Presidência da Venezuela/AFP
Chávez com a espada do herói venezuelano Simón Bolívar| Foto: Presidência da Venezuela/AFP

O futuro do chavismo

Anúncio de Chávez sobre a reincidência de câncer leva a debate sobre sucessão.

Principais candidatos

• Nicolás Maduro: Vice-presidente e desde sábado endossado por Chávez como sucessor. Ex-sindicalista e casado com a procurador­geral da Venezuela.

• Diosdado Cabello: Presidente da Assembleia Nacional e nº 2 do PSUV (governista). Influência em círculos empresariais, militares e governamentais.

• Rafael Ramirez: Ministro da Energia desde 2002 e presidente da PDVSA desde 2004. Visto por alguns como nº 2 de fato no governo.

• Elías Jaua: Vice-presidente, é um dos fundadores do PSUV e um dos membros do governo com mais ascendência durante o tratamento de Chávez ano passado.

• Diego Molero Bellavia: Ministro da Defesa, substituiu em outubro o então ministro Henry Rangel Silva. Foi diretor de Inteligência Naval.

• Adán Chávez: Irmão mais velo do presidente e governador de Barinas, Estado natal da família. Alguns acreditam que seu esquerdismo extremista possa causar disputas dentro do PSUV.

Fraquezas da oposição serão acentuadas

Confira a entrevista com Carlos Romero, cientista político e professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Central da Venezuela

Leia a entrevista

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou ontem a Cuba, onde se submeterá a mais uma cirurgia para tratar um câncer, após delegar "o alto comando político" do país ao vice-presidente, Nicolás Maduro, e pedir "unidade" aos militares e forças governistas.

"O alto comando político, embora não o entregue, eu o delego e está em boas mãos, nas de Nicolás Maduro. A república e a revolução estão em boas mãos", disse Chávez, em cerimônia em Caracas transmitida pela tevê estatal.

Pela legislação venezuelana, o presidente segue no comando do país mesmo estando em viagens no exterior.

O novo endosso público de Maduro, no entanto, reforça o anúncio feito sábado pelo presidente de que o vice é seu escolhido para disputar a Presidência da Venezuela caso a doença o afaste do poder.

Chávez foi reeleito em outubro para governar até 2019 e o novo mandato começa em 10 de janeiro. Caso deixe o poder nos próximos quatro anos, nova eleição presidencial tem de ser convocada no prazo de 30 dias.

Considerado o tempo de organização e o período de campanha, uma nova votação presidencial poderia levar meses a partir da data de convocatória.

Unidade

Na cerimônia em Caracas, antes de partir, Chávez também juramentou o novo ministro da Defesa, almirante Diego Mollero, considerado um ultrachavista.

Com a espada do prócer da independência e seu herói político, Simón Bolívar (1783-1830), em mãos, Chávez advertiu os militares de que os adversários "rondam" o país buscando emplacar "planos desestabilizadores".

O presidente, tenente-coronel reformado, disse confiar nas Forças Armadas. "Estou totalmente seguro. Meu coração me diz que a pátria está segura."

"Deixo-lhes meu coração, meu agradecimento e espero voltar logo", disse.

O clima, nas cenas também transmitidas na tevê estatal horas depois, era menos soturno que o de sábado, quando Chávez admitiu pela primeira vez que a nova operação para a retirada de células malignas pode impedi-lo até mesmo de assumir o novo mandato em janeiro.

Novo líderVice lidera seu primeiro ato político após ser escolhido sucessor

De camisa vermelha, microfone na mão e alguma hesitação, Nicolás Maduro liderou ontem na Venezuela seu primeiro ato público televisionado após ser escolhido por Hugo Chávez como seu herdeiro político.

Na ausência do presidente venezuelano, em tratamento em Cuba, Maduro fazia campanha para seu antecessor no cargo, Elias Jaua, que agora disputa a eleição mais valiosa de domingo que vem, a do estado Miranda, que abarca parte de Caracas e é o mais populoso do país.

Jaua se medirá nas urnas com Henrique Capriles, candidato da oposição derrotado por Chávez há dois meses.

A grande meta do chavismo é derrotar Capriles para tirá-lo do posto de candidato anti chavismo inconteste em caso de novas eleições.

"Vamos acompanhar o presidente com ação e oração. Ação e oração", disse, num contraste com a segurança de Chávez nos palcos.

No discurso, o mais importante foi a menção elogiosa de Maduro a Diosdado Cabello, o militar reformado presidente da Assembleia que é influente nos quartéis e nos negócios variados ligados ao governo.

A citação deferente visa aplacar a tese de que já começaram disputas internas pelo poder no pós-chavismo e dar sinais de "unidade".

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