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A oposição já coletou assinaturas suficientes para um referendo revogatório contra Nicolás Maduro, mas ele se recusa a seguir adiante com a consulta popular. | Cancillería del Ecuador
A oposição já coletou assinaturas suficientes para um referendo revogatório contra Nicolás Maduro, mas ele se recusa a seguir adiante com a consulta popular.| Foto: Cancillería del Ecuador

O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, descartou neste domingo a realização de eleições gerais na Venezuela no primeiro trimestre de 2017, como um possível acordo do diálogo entre o governo e a oposição. “Tomara que [o diálogo] tenha sucesso, mas eu não vejo muito futuro, sobretudo quando esta gente [oposição] diz que sua exigência é que deve haver eleições gerais do primeiro trimestre do ano de 2017, porque senão eles se levantam [da mesa de negociações]. Que se levantem. Aqui não vai haver eleições gerais”, disse Cabello, em entrevista no canal privado Televen.

Líderes da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) asseguram ter apresentado a possibilidade de eleições antecipadas nas negociações com o governo iniciadas em 30 de outubro, com o apoio do Vaticano e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Cabello disse desconhecer no que se baseia a oposição para falar de antecipação das eleições gerais. “Isso não foi apresentado, nem nós temos a mínima disposição de violar a Constituição desta maneira”, declarou.

O líder chavista reiterou que o Poder Eleitoral definiu um cronograma que estabelece eleições de governadores, no fim do primeiro semestre de 2017, e de prefeitos no final do mesmo ano. “Isso é o que está apresentado na mesa. Nenhuma outra eleição no caminho até agora (...) Nada que esteja fora da Constituição nós vamos aceitar”, reiterou.

Governo e oposição voltarão a conversar na próxima sexta-feira para avançar nos temas definidos no início da negociação. Contudo, líderes da MUD declararam esta data como prazo para ver ações. O deputado e coordenador do partido opositor Vontade Popular, Freddy Guevara, reiterou neste domingo que, se não houver resultado em 11 de novembro, será retomado um julgamento de responsabilidade política contra o ditador Nicolás Maduro e uma marcha ao palácio do governo, que a MUD havia suspenso como gesto de boa vontade. “Estão colocando condições, ‘em dez dias, se Nicolás não entregar, nos levantaremos do diálogo’, vão ter de levantar. Nós vamos continuar ali sentados, mas não vamos ser complacentes, nem vamos lhes facilitar nada”, assegurou Cabello.

O Vontade Popular, fundado pelo preso Leopoldo López, é um dos 16 partidos da MUD – que reúne cerca de 30 formações – que decidiu afastar-se do diálogo, por considerar que “não há condições”.

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