O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ontem esperar que o pacto feito pelo Irã de enviar parte do seu estoque de urânio enriquecido ao exterior abra a porta para um acordo negociado em uma disputa com o Ocidente sobre o programa nuclear do país.
Em um discurso em Istambul, Ban disse que o acordo selado pelo Irã na segunda-feira com o Brasil e a Turquia, ambos atualmente membros do Conselho de Segurança da ONU, era "uma iniciativa importante para resolver tensões internacionais relacionadas ao programa nuclear iraniano".
Ele acrescentou, no entanto, que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que preparou as bases do acordo em outubro do ano passado que acabou não saindo do papel depois que o Irã colocou várias objeções faria uma avaliação profissional própria.
Os EUA apresentaram na terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução que amplia as sanções da ONU, atingindo o setor bancário do Irã, além de outras indústrias, por causa da recusa iraniana em suspender o enriquecimento de urânio. A proposta de resolução foi aprovada pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança após meses de negociação.
O Irã rejeitou a proposta, dizendo que ela não tem legitimidade, mas o presidente norte-americano, Barack Obama, insistiu que Washington pressionará e que Teerã não é confiável. A República Islâmica nega as suspeitas do Ocidente de que seu programa de energia nuclear sigiloso tenha como finalidade desenvolver armas atômicas e diz que continuará a enriquecer urânio para obter combustível para geração de eletricidade.
O porta-voz de Ban disse na segunda-feira que as negociações sobre o combustível nuclear promovidas por Turquia e Brasil eram "encorajadoras", mas que Teerã precisa acatar as resoluções do Conselho de Segurança.
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