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Chile encerra com sucesso operação de resgate em mina

Todos os 33 mineiros e 6 socorristas foram içados à superfície. Operação durou mais de 25 horas e foi completada sem incidentes

Após mais de 25 horas de trabalho, o Chile concluiu com sucesso o resgate de todos os 33 mineiros e 6 socorristas que estavam confinados a uma profundidade de quase 700 metros. A operação de resgate, sem precedentes na história da mineração, foi concluída sem incidentes 70 dias após o acidente de 5 de agosto numa mina de cobre em Copiapó, no norte do país.

A operação de retirada dos mineiros foi iniciada às 23h18 da terça-feira (12), com a descida ao refúgio do socorrista Manuel González Pavez, e só chegou ao final às 0h32 desta quinta-feira (14), quando o sexto e último socorrista que ajudou na retirada dos mineiros chegou à superfície.

A retirada dos 33 mineiros terminou às 21h55 desta quarta (13), com a saída de Luis Urzúa Iribarren, de 54 anos, último mineiro resgatado. Com a chegada da cápsula à superfície, uma sirene tocou por alguns segundos e foi feito um anúncio formal de que todos haviam sido resgatados e estavam em perfeitas condições. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, parabenizou Iribarren.

A cada mineiro que chegava à superfície, a equipe de resgate e familiares comemoravam muito, e os mineiros, sempre emocionados, passavam por uma bateria de exames médicos.

A previsão inicial era de que a operação pudesse durar até 48 horas, mas o prazo foi revisto e o presidente anunciou que terminaria ainda nesta quarta. O processo de descida e subida da cápsula de resgate, programado para durar cerca de uma hora por mineiro, levou menos de 30 minutos no final do dia.

Um a um, os resgatados foram atendidos por médicos que avaliaram as condições gerais de saúde. Pelo menos 22 deles já foram transferidos de helicóptero ao hospital da cidade de Copiapó. A maioria estava com a saúde perfeita, e apenas um precisou ser internado por apresentar um quadro de pneumonia aguda.

A mais de 25 horas de resgate foram marcadas por muitos momentos emocionantes e curiosos. O segundo mineiro a ser resgatado, o eletricista Mario Sepúlvera, distribuiu pedras ao presidente Piñera e ao ministro da Mineração, Laurence Golborne. O 21º, o enfermeiro Yonni Barrios Rojas, foi recebido por sua amante, após uma disputa de triângulo amoroso com sua mulher. O ex-jogador de futebol Franklin Lobos recebeu de presente uma bola ao ser retirado, tentou fazer embaixadinhas, mas se atrapalhou.

Chilenos comemoram sucesso

Os chilenos celebraram nesta madrugada o fim do bem sucedido resgate dos 33 mineiros presos em uma mina no norte do país. O local em que a festa foi mais intensa não foi ao lado da mina nem na capital do país, Santiago, mas na capital regional de Copiapó, que fica a 50 quilômetros da mina San José.

Centenas de motoristas saíram às ruas de Copiapó, 800 quilômetros ao norte de Santiago, com bandeiras chilenas e buzinando para festejar. A praça principal da cidade recebeu quase três mil pessoas, que observaram de um telão a saída do último mineiro, Luis Urzúa, o chefe do turno em 5 de agosto, dia em que ocorreu o deslizamento que prendeu os mineiros a quase 700 metros de profundidade.

"Isso é uma loucura, nunca antes o povo de Copiapó havia se reunido com tanta alegria na praça principal para celebrar um acontecimento", disse Pedro Medina, de 50 anos, todos vividos na cidade. Na mesma praça principal, foi montado um palco no qual vários grupos locais interpretaram famosas canções da música popular chilena, além de cumbias (músicas tradicionais) peruanas e colombianas e salsa do Panamá e de Porto Rico.

Os comerciantes vendiam imitações de vuvuzelas nas cores vermelho, azul e branco - as cores da bandeira chilena - junto com bandeirinhas com as imagens dos 33 mineiros resgatados. Uma vendedora ambulante de café, Silvia Madariaga, escreveu um poema para os mineiros. "Vou contar uma história, um fato muito real; 33 mineiros presos, em um deslizamento infernal", dizia um dos primeiros versos, do longo poema "Para os 33". Outros atribuíam o êxito a Deus. "A fé em Deus trouxe esses homens à terra", disse Luis Carbajal.

Os moradores de Copiapó, cidade de quase 200 mil habitantes, estão divididos quanto ao futuro da mina. Alguns, como o taxista Samuel Tapia, de 51 anos, consideram que a mina San José deveria seguir aberta, agora com mais segurança. Já Ada Negrón, uma dona de casa, pede o fechamento. "Antes que ocorresse esse fato dos 33 mineiros, houve outro na mesma mina, quando um mineiro perdeu uma perna porque caiu nele um montão de pedras em um acidente", contou.

Em Santiago, bem como em Arica, Antofagasta, Linares, Talca, La Serena, Osorno, Punta Arenas e em várias praças públicas pelo país pessoas se reuniram para celebrar o fim do resgate.

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