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O governo do Chile e os dirigentes sociais da região de Aysén, na Patagônia (sul do país), retomaram as negociações para a criação de uma zona franca como medida para diminuir o isolamento dessa zona, após mais de um mês de protestos e enfrentamentos da população local com a polícia.

Após uma reunião de mais de oito horas no Palácio presidencial de La Moneda, o ministro Secretário-geral da Presidência, Cristián Larroulet, anunciou a criação de uma "zona franca regional por isolamento", que permitirá aos moradores locais comprar produtos importados sem os impostos correspondentes, uma das propostas mais reivindicadas pelo movimento popular.

"Concluímos um acordo que nos permitirá avançar no propósito central do movimento, de que o isolamento e as dificuldades das condições de vida possam ser resolvidos como corresponde a dignidade de cada um dos moradores", disse Larroulet na noite de sexta-feira.

A medida se deve, segundo o ministro, a que Aysén é "a única região do Chile que possui tal nível de isolamento por não possuir conexão por via terrestre" com o restante do país.

"A zona franca é uma grande oportunidade para a região de Aysén", disse o dirigente social Iván Fuentes, que chegou a Santiago junto de um grupo de representantes para retomar o diálogo com o Executivo, que havia sido suspenso pelos protestos e pela negativa dos ayseninos em negociar em mesas separadas.

"Um dos temas mais importantes era o dos combustíveis (...). Contudo, agora chegamos a esse acordo e estamos muito decididos a realizá-lo, porque era algo muito esperado", disse Fuentes.

Os habitantes de Aysén exigem principalmente um subsídio ao preço dos combustíveis, que ali são até 40% mais caros que no restante do país pelas grandes distâncias que devem percorrer. Contudo, o governo não dava sinais de mudar sua proposta, que se concentra em subsidiar o transporte de combustível, e não seu preço.

Os dirigentes começarão a negociar na próxima semana para realizar os detalhes do acordo.

O ministro também anunciou uma série de propostas para complementar o plano de ajuda que o governo lançou para a região semanas atrás, depois de não conseguir chegar a um acordo com os manifestantes, que inclui um subsídio à madeira e ao transporte de combustível.

Na sexta-feira, os manifestantes retiraram os bloqueios das principais rotas de Aysén, em um sinal de aproximação após a reunião de seus dirigentes com o governo.

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