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Ursula Gauthier em seu escritório, em Pequim: ameaça de expulsão. | Greg Baker/AFP
Ursula Gauthier em seu escritório, em Pequim: ameaça de expulsão.| Foto: Greg Baker/AFP

A China confirmou neste sábado (26) a expulsão iminente da correspondente em Pequim do semanário francês L’Obs, Ursula Gauthier, a quem acusa de “defender claramente” atos terroristas, em um comunicado publicado pelo ministério das Relações Exteriores. A jornalista foi vítima de uma violenta campanha de ataques em meios de comunicação estatais depois de um artigo no qual descreveu a política repressiva realizada por Pequim em Xinjiang, uma grande região de maioria muçulmana no oeste do país.

Na sexta-feira, o ministério tinha informado Gauthier que, se não pedisse desculpas pelo artigo, teria negado seu pedido de renovação da credencial de imprensa e teria que deixar o país em 31 de dezembro. A correspondente francesa já tinha dito às autoridades que estas desculpas “não tinham cabimento” e eram “impensáveis” para ela. A negativa de renovar a credencial e um visto de permanência significa a expulsão.

O artigo da jornalista francesa “defendeu claramente atos de terrorismo e assassinatos cruéis de inocentes, o que provocou a indignação do povo chinês”, afirmou o ministério das Relações Exteriores em seu comunicado. As autoridades consideraram que Gauthier não pediu “desculpas verdadeiras ao povo chinês” e que, portanto, era “inapropriado que continuasse trabalhando na China”, segundo o ministério. “A China nunca apoiará a liberdade de defender o terrorismo”, acrescentou.

Vários internautas chineses ironizaram a suposta “indignação” do povo, pois o artigo da jornalista não foi traduzido ao chinês e sua versão francesa era inacessível no país asiático, onde as autoridades praticam um estrito controle do conteúdo publicado na internet.

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