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O governo da China afirmou hoje que apoia o acordo do Irã para enviar urânio pouco enriquecido à Turquia. Um porta-voz de Pequim disse esperar que esse acordo possa levar a uma resolução pacífica do impasse nuclear iraniano. "Nós damos importância e apoio a este acordo", afirmou Ma Zhaoxu, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. "Nós esperamos que isso ajude a promover uma resolução pacífica para a questão nuclear iraniana, por meio do diálogo e de negociações."

O Irã firmou ontem um acordo com os governos turco e brasileiro. Pelo pacto, Teerã enviará 1,2 mil quilos de seu urânio pouco enriquecido à Turquia, para receber em troca combustível para seu reator de pesquisas em Teerã.

O acordo até agora tem causado declarações céticas das outras potências. Os Estados Unidos afirmaram que não interromperiam sua campanha por uma nova rodada de sanções no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas contra o Irã.

A chefe da política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, disse que o acordo falhou ao não abordar o tema fundamental da "intenção da arma nuclear". Já um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês disse que o mundo "não seria iludido por isso".

Potências como EUA, França e Grã-Bretanha temem que o Irã busque secretamente armas nucleares. Teerã nega essa intenção, alegando ter apenas fins pacíficos, como a produção de energia. O país insiste que, como signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), tem o direito de usar essa tecnologia para esses fins pacíficos.

O Irã já sofreu três rodadas de sanções no CS por se recusar a interromper o enriquecimento de urânio. O país negocia o tema com o grupo chamado P5+1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - EUA, França, Rússia, China e Grã-Bretanha -, mais a Alemanha.

A China tem rechaçado novas sanções ao Irã. O país asiático tem grandes investimentos no setor energético iraniano, preenchendo um vácuo deixado por companhias ocidentais que se retiraram, após as sanções dos EUA e por causa da pressão política de Washington. A Rússia também vinha resistindo a novas sanções ao Irã no CS, mas ultimamente parecia mais favorável às novas punições.

O porta-voz chinês disse que seu país "apoia a estratégia em duas frentes" de manter a pressão sobre o Irã, enquanto se busca uma saída negociada para o impasse nuclear. Ele também pediu ao CS que tome ações para ajudar a avançar no tema. As informações são da Dow Jones.

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