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Pequim - A ex-presidente da fábrica de laticínios Sanlu foi condenada ontem à prisão perpétua pelo caso do leite contaminado que matou seis bebês na China e deixou outros 290 mil com pedras nos rins.

Três executivos da empresa receberam penas entre 5 e 15 anos de prisão, e duas pessoas acusadas de vender leite em pó infantil com melamina foram condenadas à morte.

O caso estarreceu a China em setembro do ano passado. Para aumentar a quantidade de leite, produtores adicionavam água em grandes quantidades. A falta de proteínas do leite aguado era disfarçada pelo acréscimo de melamina, substância química usada na produção de plásticos.

O consumo contínuo do leite com melamina foi responsável pelo aparecimento de pedras nos rins de 290 mil bebês com até 11 meses de idade, dos quais 6 morreram.

Testes em leites de outras 20 grandes fábricas chinesas demonstraram que o uso de melamina acontecia em mais da metade delas.

Denúncias de contaminação do leite e casos de crianças com pedras nos rins começaram a surgir em abril do ano passado. A diretoria da Sanlu foi avisada em julho dos casos, mas, às vésperas da Olimpíada de Pequim, em agosto, o escândalo foi abafado pela imprensa estatal.

A Sanlu disse que recolheu o leite em pó infantil em agosto, mas só divulgou o fato em meados de setembro. 40% da Sanlu pertence à empresa neozelandesa Fonterra.

Aviso

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, disse que avisou o governo chinês no início de setembro e cobrou providências. Dias depois, o escândalo estourou.

A ex-presidente da empresa, Tian Wenhua, de 66 anos, foi condenada à prisão perpétua pela Corte Popular de Shijiazhuang, capital da Província de Hebei, no norte da China. A empresa declarou falência em 24 de dezembro passado.

Há quatro anos, outro caso de leite contaminado matou 13 crianças na China. Casos de produtos chineses contaminados se tornaram rotina -nos últimos dois anos, ração animal contaminada matou cavalos nos Estados Unidos, bonecas com produtos tóxicos foram descobertas e recolhidas, e até creme dental teve que ser retirado de circulação na China.

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