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Cazaquistão pandemia
Trabalhador da área de saúde faz teste para Covid-19, em Almaty, no Cazaquistão| Foto: Ruslan PRYANIKOV/AFP

A embaixada da China no Cazaquistão alertou para um possível surto de um “tipo desconhecido” de pneumonia que seria mais mortal do que a Covid-19. O Cazaquistão, por sua vez, negou que se trate de uma nova doença, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse não ter conhecimento do surgimento de novas doenças no país da Ásia Central.

Em comunicado emitido nesta quinta-feira (9), a diplomacia chinesa afirmou que tal doença teria causado 1.772 mortes nos primeiros seis meses do ano, salientando que 628 delas, inclusive cidadãos chineses, morreram em junho. “A taxa de mortalidade da doença é muito maior que a da Covid-19", disse a embaixada, segundo noticiou o jornal chinês pró-Pequim Global Times. Eles também informaram que as autoridades de saúde cazaques estão estudando o vírus da “pneumonia desconhecida” e que atitudes devem ser tomadas para impedir que a doença avance para território chinês.

Veículos de comunicação chineses divulgaram nesta semana que o ministro da saúde do Cazaquistão, Alexey Tsoy, disse na quarta-feira que o número de pacientes doentes por pneumonia é duas a três vezes maior do que aqueles que foram infectados com Covid-19.

O que dizem as autoridades do Cazaquistão

Nesta sexta-feira (10), o Ministério da Saúde do Cazaquistão rejeitou o alerta das autoridades da China, alegando que a embaixada estava divulgando informações incorretas e que os dados sobre pneumonia no país não se referiam a um novo vírus ou a uma nova doença.

“Alguns meios de comunicação chineses informam que mais mortes no Cazaquistão se devem a condições aéreas desconhecidas no Cazaquistão. O Ministério da Saúde da República do Cazaquistão anunciou oficialmente que esta informação não corresponde à verdade”, afirmou a pasta em uma postagem no Facebook.

O ministério cazaque explicou que a OMS introduziu códigos de pneumonia na Classificação Internacional de Doenças (CID) para os casos em que a Covid-19 é diagnosticada clínica e epidemiologicamente, mas não por exame laboratorial. “Nesse sentido, o Cazaquistão, como outros países do mundo, mantém registros e monitoramento desse tipo de pneumonia, a fim de tomar decisões gerenciais oportunas, visando estabilizar a incidência e a prevalência da Covid-19”.

As autoridades de saúde do país também esclareceram que o número indicado pelo ministro Tsoy na quarta-feira referia-se ao total de casos de pneumonia no Cazaquistão, incluindo as de origem bacteriana, fúngica, viral e “viral de organismo não especificado”, de acordo com a classificação da CID.

Apesar das explicações, não ficou totalmente claro se há casos de pneumonia causados por um novo patógeno no país.

O que diz a OMS

Questionada pelo jornal South China Morning Post sobre o assunto, a OMS disse que não tem conhecimento de que uma nova doença respiratória esteja em circulação no Cazaquistão, mas que está averiguando os relatos.

“O Ministério da Saúde do Cazaquistão publicou uma declaração em 10 de julho, esclarecendo que os casos de pneumonia são diagnosticados de acordo com a CID-10. Isso sugere que eles não se classificam como doença desconhecida emergente. Estamos no processo de verificar com o ministério os casos confirmados de Covid-19”,

A OMS disse ainda que há uma ampla gama de possíveis explicações para pneumonias que circulam no país da Ásia Central, das quais a Covid-19 é uma delas. “Atualmente, estamos em contato com as autoridades do Cazaquistão para entender a evolução da situação e fornecer suporte conforme necessário”.

País em lockdown

Até esta sexta-feira, o Cazaquistão registrou 54 mil casos de Covid-19 e 264 mortes pela doença. Em 5 de julho, o governo impôs uma segunda rodada de restrições em todo o país para combater um grande aumento nos casos de coronavírus. De acordo com a AFP, centros comerciais, academias de ginástica, piscinas, cabeleireiros e salões de beleza fecharam as portas por pelo menos duas semanas. O primeiro lockdown no país, que foi mais restritivo do que o atual, ocorreu entre 16 de março e 11 de maio.

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