• Carregando...

Nove uigures foram executados por participar de distúrbios étnicos que deixaram quase 200 mortos em julho, segundo o estatal "China News Service". Foram as primeiras pessoas executadas em razão dos tumultos daquele mês. Os nove foram mortos recentemente após uma revisão final dos veredictos da Suprema Corte do Povo, como exigido pela lei chinesa, segundo o veículo de comunicação estatal. O texto não cita datas nem outros fatos.

O grupo foi condenado por homicídio e outros crimes cometidos durante os distúrbios na capital provincial de Urumqi, no oeste do país. Foi o pior caso de violência étnica na China em décadas. Centenas de pessoas foram detidas por causa dos conflitos, nos quais uigures atacaram membros da etnia majoritária do país, os Han, em 5 de julho. Dois dias depois, ocorreram ataques de retaliação.

Os uigures são um grupo étnico turco muçulmano linguística e culturalmente distinto dos Han. Muitos deles se ressentem pela linha-dura adotada por Pequim em Xinjiang, território tradicionalmente ocupado pelos uigures. A China acusa grupos do exterior pelos distúrbios em prol de mais direitos para os uigures. Quatro meses depois da violência, a província de Xinjiang permanece sob forte segurança, com a internet e as ligações internacionais diretas bloqueadas.

O serviço estatal informa que mais 20 pessoas foram indiciadas hoje por relação com as mortes de 18 pessoas e outros crimes cometidos durante os distúrbios. Apenas dois citados na matéria não tinham nomes geralmente usados pelos uigures. A dupla aparentemente seria Han.

Julgamento político

O ativista uigur Dilxat Raxit, que vive no exterior, condenou as execuções, afirmando que tinham motivação política. Segundo Raxit, o regime busca também conter furiosos membros da etnia Han, que marcharam aos milhares em setembro pela cidade de Urumqi exigindo julgamentos contra os responsáveis pela violência de julho e por uma bizarra série de ataques com agulhas.

"Nós não acreditamos que eles tiveram um julgamento justo e acreditamos que esse foi um veredicto político", afirmou Raxit, que atua como porta-voz do Congresso Mundial Uigur, uma entidade sediada na Alemanha. "Os Estados Unidos e a União Europeia não puseram nenhuma pressão sobre a China nem tentaram intervir, por isso estamos extremamente desapontados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]