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guerra ao terror

China exigirá informações sigilosas de empresas de tecnologia para combater o terrorismo

Polêmica lei aprovada pelo Parlamento chinês obriga cessão de chaves de criptografia, entre outros dados. Ocidente reage chamando ato de pressão regulatória ilegal

Autoridades chinesas concedem entrevista para explicar nova lei anti--terrorismo: reação crítica do Ocidente. | KIM KYUNG-HOON/REUTERS
Autoridades chinesas concedem entrevista para explicar nova lei anti--terrorismo: reação crítica do Ocidente. (Foto: KIM KYUNG-HOON/REUTERS)

O Parlamento da China aprovou neste domingo (27) uma nova lei antiterrorismo polêmica, que exige que empresas de tecnologia repassem ao governo informações sigilosas, como chaves de criptografia, e que permite que os militares realizem operações contra o terrorismo no exterior. Autoridades chinesas disseram que o país enfrenta uma ameaça crescente de militantes e separatistas, especialmente na região rebelde de Xinjiang, no oeste, onde centenas morreram em episódios de violência nos últimos anos.

A lei despertou grande preocupação em capitais ocidentais, não somente devido aos temores de que possa violar direitos humanos, como a liberdade de expressão, mas por causa das provisões no tocante à cibernética. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já expressou sua preocupação com a lei diretamente ao presidente chinês, Xi Jinping.

Discursando após a aprovação da legislatura, Li Shouwei, vice-líder da divisão de leis criminais do Parlamento sob a égide do comitê de relações legislativas, disse que seu país está simplesmente fazendo o que outras nações ocidentais já fazem ao pedir que as companhias tecnológicas ajudem a lutar contra o terrorismo.

“Esta regra está de acordo com o trabalho necessário para combater o terrorismo, e é basicamente o mesmo que outras grandes potências do mundo fazem”, declarou Li aos repórteres.

A medida não irá alterar o funcionamento normal das empresas e elas não têm nada a temer no que diz respeito à instalação de “portas dos fundos” (canais ilegais de acesso a computadores) ou à perda de direitos de propriedade intelectual, acrescentou.

Autoridades de Washington argumentam que a lei, combinada com as novas regras propostas para o sistema bancário e o setor de seguros e uma série de investigações antitruste, equivale a uma pressão regulatória ilegal visando empresas estrangeiras.

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