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Pequim (AE) – O álcool está cada vez mais presente nos postos de abastecimento em algumas regiões da China, o que revela o empenho das autoridades chinesas em acelerar o desenvolvimento dos combustíveis alternativos. Incipiente em termos de tecnologia, produção e rede de distribuição, o programa de biocombustíveis da economia que mais cresce no planeta provoca controvérsias, expõe os limites da exploração em larga escala da biomassa no país e gera fortes expectativas de negócios no setor sucroalcooleiro brasileiro.

Os chineses concentram o foco de desenvolvimento dos biocombustíveis nas províncias de Liaoning, Heilongjiang, Jilin, Henan e Anhui. Não por acaso: elas lideram o cultivo nacional de milho, a principal matéria-prima empregada na produção do álcool combustível nacional. Segundo o Ministério da Agricultura, a produção total de álcool deverá chegar a 3,1 bilhões de litros neste ano, com uma alta de 9,6% frente ao ano passado. Para tanto, o setor absorverá 16,2 milhões de toneladas de milho, com um aumento de 9% em relação a 2004.

"Precisamos de pouco mais de duas toneladas de milho para gerar uma tonelada de combustível", revela Li Rongjie, presidente do Grupo Feng Yuan, uma estatal baseada na província do Anhui.

Para Li, a expansão do programa se justifica desde que "o custo do barril de petróleo se mantenha acima dos US$ 35 e o cultivo da tonelada de milho abaixo dos US$ 172". O executivo lembra as futuras necessidades de consumo de petróleo impostas pelo alucinante ritmo de crescimento do país. "Estamos crescendo a quase dois dígitos por ano, pois nos propomos a quadruplicar o nosso PIB até 2020. Mas, isto provocará um déficit anual de 220 milhões de toneladas de petróleo. Ou seja, precisaremos de sólidas fontes alternativas para enfrentar nossa carência de combustíveis".

No entanto, Wang Jialian, secretário-geral da Associação para Proteção Ambiental da China, aponta a crescente diminuição das terras agricultáveis chinesas.

A disposição brasileira em explorar o mercado de álcool combustível chinês desde há muito é conhecida. Para muitos analistas do setor sucroalcooleiro, uma simples mistura de 10% representaria um mercado potencial para 4,5 bilhões de litros anuais. A principal vantagem estaria na diferença dos custos: o preço do álcool brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar seria entre 30% e 40% menor do que álcool chinês – extraído, sobretudo, do milho. Além disso, o Brasil também procura emplacar a venda de tecnologias e produtos afins ao programa.

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