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A China nomeou nesta quarta-feira (16) um novo representante para suas negociações comerciais em plena guerra tarifária com os Estados Unidos, que impuseram uma tarifa total de 145% sobre produtos chineses - que a Casa Branca informou chegar a 245% -enquanto Pequim aumentou suas taxas sobre produtos americanos para 125%.
O Ministério de Recursos Humanos e Previdência Social do país anunciou hoje em um breve comunicado a nomeação de Li Chenggang, em substituição de Wang Shouwen, que havia participado das negociações comerciais com os Estados Unidos durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Li, de 58 anos e que também será vice-ministro do Comércio, tem décadas de experiência em gestão de negociações internacionais e já atuou como embaixador da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra.
A guerra comercial intensificou-se em 2 de abril com o anúncio de "tarifas recíprocas" do governo Trump para o resto do mundo, uma medida que reverteu uma semana depois diante da queda dos mercados e do aumento dos custos de financiamento da dívida dos EUA.
No entanto, ao mesmo tempo em que suavizou sua ofensiva contra a maioria dos países aplicando uma tarifa generalizada de 10%, decidiu aumentar os impostos sobre a China por ter respondido com retaliação.
Dessa forma, inicialmente Washington impôs uma tarifa total de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim aumentou suas taxas sobre produtos americanos para 125%.
Embora os EUA tenham decidido deixar vários produtos de tecnologia chineses isentos de impostos, Trump anunciou no domingo que serão implementadas tarifas sobre semicondutores "em um futuro próximo".
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse nesta terça-feira que cabe à China "dar o primeiro passo para chegar a um acordo tarifário" entre os dois países e que não haverá diferença nesse aspecto em relação a qualquer outro país.
"A bola está no telhado deles. A China precisa chegar a um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles. Não há diferença entre a China e qualquer outro país, exceto que eles são muito maiores", declarou Leavitt em entrevista coletiva.
Por sua vez, Pequim pediu a Washington que cancelasse completamente todas as tarifas impostas, ressaltando que "ninguém ganha em uma guerra comercial" e que "o protecionismo não tem saída".