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Os Estados Unidos e o Japão enfrentaram nesta quarta-feira resistência da China às sanções da ONU contra a Coréia do Norte, disseram membros do Conselho de Segurança.

O regime norte-coreano ameaçou realizar mais testes nucleares, e sua agência de notícias, a KCNA disse que a pressão de Washington contra o programa atômico equivale a uma declaração de guerra.

O embaixador norte-americano na ONU, John Bolton, disse que uma nova versão da proposta será apresentada e pode ser aprovada na sexta-feira, mas admitiu que "ainda há várias discordâncias".

O embaixador japonês na ONU, Kenzo Oshima, que preside o Conselho neste mês, disse que a China está disposta a impor algumas medidas punitivas.

- Mas na nossa opinião deveríamos pedir a eles que se esforçassem mais - afirmou.

Pequim tem enorme influência sobre Pyongyang e é praticamente seu único aliado. No passado, a China se opôs a sanções, mas agora aceita algumas medidas, desde que estritamente voltadas contra o setor bélico norte-coreano.

Diplomatas disseram que a China rejeitou a proposta norte-americana de submeter a inspeções internacionais todas as cargas que entrassem ou saíssem da Coréia do Norte, na busca por material relativo a armas de destruição em massa.

Pequim também quer cuidado na redação da resolução para evitar brechas para uma futura ação militar.

Os EUA propõem também um embargo de armas, o congelamento da transferência e desenvolvimento de armas de destruição em massa e a proibição da importação de artigos de luxo pela Coréia do Norte. Além disso, haveria também sanções financeiras aos programas de mísseis e armas nucleares.

O Japão anunciou novas sanções bilaterais à Coréia do Norte por causa do teste, inclusive a proibição de importações daquele país e a suspensão das ligações marítimas. Tóquio já havia imposto algumas punições em julho, devido a um teste norte-coreano de mísseis balísticos."SÉRIAS REPERCUSSÕES"

Em Washington, o presidente George W. Bush disse que um novo consenso está surgindo entre as principais potências a respeito da necessidade de agir.

- Em resposta às ações da Coréia do Norte, estamos trabalhando com nossos parceiros na região e no Conselho de Segurança das Nações Unidas para garantir que haja sérias repercussões ao regime de Pyongyang - disse Bush.

Ele afirmou estar comprometido com a diplomacia e repetiu que não pretende atacar a Coréia do Norte, mas rejeitou contatos diretos com o país, como quer Pyongyang, alegando que isso já deu errado no passado.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, repetiu na quarta-feira seu apelo pelos contatos bilaterais entre EUA e Coréia do Norte. "Sempre argumentei que devemos conversar com partes cujo comportamento queremos mudar, cujo comportamento queremos influenciar."

Na Coréia do Norte, Kim Young-nam, número 2 do regime, disse à agência japonesa Kyodo que "a questão de futuros testes nucleares está ligada à política dos EUA em relação ao nosso país".

A agência estatal KCNA foi, como sempre, dramática ao retratar a situação.

"Se os EUA aumentarem a pressão sobre a República Popular Democrática da Coréia [do Norte], persistentemente lhe fazendo mal, [a Coréia do Norte] vai continuar tomando contra-medidas físicas, considerando [a pressão] como uma declaração de guerra", disse uma fonte da chancelaria norte-coreana à agência.

O texto diz que o país está pronto tanto para o confronto quanto para o diálogo.

Especialistas ainda não conseguiram confirmar se de fato a Coréia do Norte realizou um teste subterrâneo nesta semana, conforme anunciou seu governo.

Em meio à ameaça de sanções internacionais, a ONG Human Rights Watch pediu a manutenção do envio de ajuda alimentar à Coréia do Norte, pois do contrário milhões de pessoas podem passar fome.

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