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As autoridades chinesas mantêm o dissidente Hu Jia retido em sua casa, depois que o mesmo anunciou no Twitter sua intenção de celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos nesta segunda-feira em um lugar próximo à casa de Liu Xia, a mulher do dissidente preso Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz em 2010.

"A polícia me manterá em casa até na amanhã, terça-feira, para evitar que me encontre com outros ativistas ou seja fotografado e entrevistado durante o Dia Internacional dos Direitos Humanos", declarou hoje Hu Jia em sua página na rede social.

Na última sexta-feira, Hu publicou sua intenção de celebrar a data em um local próximo à casa de Liu Xia, que vive sob prisão domiciliar desde que seu marido foi agraciado com o Nobel mesmo sem nenhuma acusação contra ela. Segundo Hu, o local seria um "bom lugar para organizar uma entrevista coletiva sobre direitos humanos".

Hu Jia, que é conhecido por sua luta a favor dos direitos humanos e dos doentes de aids e hepatite B - doença crônica que ele mesmo sofre -, passou três anos e meio preso sob a acusação de "subversão", com o qual Pequim costuma castigar seus dissidentes.

Anteriormente, em setembro, ele já havia sido preso em sua casa por causa da visita da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que, em sua viagem anterior a Pequim, em abril, administrou a crise do advogado cego Chen Guangcheng, amigo pessoal de Hu.

Hu foi um dos cerca de 40 intelectuais e ativistas chineses que assinaram uma carta dirigida ao novo líder do país, Xi Jinping, no último dia 6 deste mês, na qual pediam a libertação de Liu Xiaobo.

Desde 2009, quando Liu foi condenado por supostamente incitar à "subversão" contra o poder do Estado, o dissidente cumpre uma pena de 11 anos de prisão.

"Achamos que a existência de presos políticos não ajuda a China a construir sua imagem como uma potência mundial responsável", indicam os ativistas, que divulgaram essa carta quando o prêmio Nobel de Literatura deste ano, o escritor chinês Mo Yan, se preparava para receber o prêmio em Estocolmo.

Os ativistas, na carta, também reivindicam a libertação da esposa do dissidente, Liu Xia, que segue sob prisão domiciliar extrajudicial.

O tratamento outorgado a Mo Yan pelas autoridades chinesas também ajudou a evidenciar a repressão contra o Nobel Liu Xiaobo, que não pode comparecer a entrega do prêmio em Oslo, e de sua família.

O dia de hoje coincide com o segundo aniversário da concessão do Nobel da Paz a Liu e o quarto aniversário da publicação da Carta 08, um manifesto do qual o ativista citado foi co-autor e que pedia mais respeito aos direitos humanos e a reforma do sistema político na China.

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