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Chuva no Zuccotti Park, em Nova TYork: frio, neve próxima e medo de uma possível desocupação | Emmanuel Dunand/AFP Photo
Chuva no Zuccotti Park, em Nova TYork: frio, neve próxima e medo de uma possível desocupação| Foto: Emmanuel Dunand/AFP Photo

Frio, vento, chuva e o medo de uma batida policial acirraram os ânimos entre os manifestantes do protesto Ocupem Wall Street, em Nova York, provocando conflitos no acampamento de seis semanas até mesmo sobre os pontos mais mundanos da vida no parque. Os manifestantes, que estão revoltados com a desigualdade econômica, sofreram para se proteger do vento e da chuva no Zuccotti Park, em Lower Manhattan, e ficaram abalados com as indicações de que a primeira neve da temporada pode cair no sábado (29). "Eu preferiria que houvesse outra opção", disse Lael Gillette, de 27 anos, um chef desempregado de Rockford, Illinois, sobre viver ao ar livre no parque perto de Wall Street, acrescentando que ele só teve duas horas de sono em três dias. Manifestantes ergueram tendas e lonas sobre partes do parque de concreto, mas parecem estar fracassando em sua batalha para se manterem secos e aquecidos - o último de uma série de questões que provocaram problemas de relacionamento entre aqueles que vivem juntos.

Houve também a preocupação de que o movimento diário no parque possa aumentar após o despejo nesta semana de manifestantes de protestos em outras cidades dos EUA, como Oakland, na Califórnia, onde a polícia usou gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral na terça-feira (25). O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que havia pouco que a cidade pudesse fazer sobre os manifestantes até que os proprietários do parque, o Brookfield Office Properties, registrassem uma reclamação formal. Enquanto isso, os conflitos internos surgiram no acampamento. Uma mediação estava em curso entre manifestantes e alguns dos músicos do movimento, que estavam tocando até 10 horas por dia e se recusam a reduzir o ruído para as duas horas acertadas pelos manifestantes com a comunidade local de Lower Manhattan.

E manifestantes que trabalham na cozinha do acampamento -- que segundo o movimento Ocupem Wall Street alimenta até 1.000 pessoas por dia -- têm reduzido o seu cardápio para afastar os sem-teto e os aproveitadores que foram se beneficiando da hospitalidade. A mudança da cozinha não caiu bem com alguns clientes. "Onde está a carne? Eles não têm nada de carne!", gritou um homem que caminhava em torno do parque à procura da salsicha que ele dizia precisar para iniciar o seu dia. Ele foi forçado a contentar-se com um muffin de chocolate. Um solitário policial de Nova York atravessou o acampamento na manhã desta quinta-feira, despertando a atenção de uma multidão de manifestantes que o acompanhou de perto, filmando todos os seus passos. "Os policiais parecem estar chegando", disse Christopher Guerra, um artista desempregado. Havia apenas um punhado de policiais, no entanto, de pé ao redor do parque. Mas o crime é uma preocupação. Um dos manifestantes que faz parte do esquema próprio de segurança do acampamento citou a proliferação de barracas que apareceu na semana passada. "Privacidade causa crimes", disse Sean McKeown, do Queens, que passa seus dias no parque, mas vai para casa à noite. "O uso de drogas aumentou".

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