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O jornal The New York Times publicou nesta segunda-feira (25) que a CIA (Agência Central de Inteligência, sigla em inglês) ajuda a Arábia Saudita e o Qatar a enviar armas para os rebeldes sírios. A entrega é feita através de aviões militares dos dois países.

A agência não comentou sobre a contribuição e disse que o governo americano apenas repassa ajuda não letal aos insurgentes que combatem há dois anos contra o regime de Bashar Assad. Os Estados Unidos também reconhecem a oposição como a representante real da Síria.

Funcionários americanos disseram ao jornal que a CIA colaborou de forma consultiva com os carregamentos, dizendo aos países do golfo Pérsico que armamentos adquirir e onde poderiam ser comprados. A maioria das armas veio da Croácia, que possui grandes depósitos da época da Guerra da Iugoslávia, na década de 1990.

Segundo a publicação, os suprimentos militares chegaram ao país em cerca de 160 voos de aviões militares feitos entre janeiro de 2012 e o início de março. O armamento entra através das fronteiras com a Jordânia e em especial com a Turquia, que tem abrigado a maioria dos voos.

O principal país fornecedor é o Qatar, com 85 voos destinados à base militar de Esenboga, ao lado da capital turca, Ancara. De lá, os carregamentos são enviados por terra até a Síria e recebido por rebeldes nas áreas que foram dominadas pelos insurgentes.

Outros 35 carregamentos foram enviados por aeronaves sauditas, enquanto oito vieram da Jordânia. O país, que abriga o maior número de refugiados sírios, também foi o destino de 35 voos cargueiros comerciais da Croácia com armas, que foram compradas pelos qatarianos e sauditas aos rebeldes.

Todos os países negaram as acusações e dizem que fornecem apenas ajuda não letal aos opositores sírios. A estimativa de grupos de direitos humanos é que estes carregamentos tenham levado mais de 3.500 toneladas de armas aos rebeldes.

Risco de Guerra

De acordo com o New York Times, o tamanho da operação logística causa preocupação aos funcionários americanos, em especial pelo risco de uma ação militar do Irã contra Turquia e Jordânia. Mesmo recebendo grande quantidade de armamento, as reclamações dos rebeldes são constantes.

Em entrevista ao jornal, os grupos armados dizem que a quantidade de armas é pequena e muito leve para combater a artilharia a disposição do ditador Bashar Assad. "É como se os estrangeiros abrissem e fechassem as comportas", disse o comandante do grupo islâmico Soquor al Sham, Abel Rahman Ayachi.

Outro problema apontado é a corrupção e a infiltração de grupos que fazem comércio com as armas. "Existem brigadas que se dizem do Exército Livre Sírio que quando conseguem as armas, vendem-nas no mercado negro", disse Hassan Aboud, também da Soquor al Sham. Funcionários do governo americano ouvidos pelo "New York Times" dizem que o tamanho do carregamento é grande, mas diz que os rebeldes gastam demais, em uma média de um milhão de cartuchos a cada duas semanas.

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