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O líder cubano Fidel Castro afirmou neste domingo que a divulgação de documentos secretos da CIA, detalhando abusos do passado, é uma cortina de fumaça atrás da qual o governo Bush espera esconder métodos ainda piores.

"Acho que esta ação pode ser uma tentativa... de fazer as pessoas acreditarem que estes métodos pertencem a outra era e já não são usados", escreveu Fidel em editorial publicado pela mídia oficial do país.

"Tudo o que é descrito nos documentos ainda está sendo feito, mas de maneira mais brutal em todo o planeta, incluindo um crescente número de ações ilegais dentro dos Estados Unidos."

A CIA divulgou na terça-feira centenas de páginas de registros antes secretos que detalham alguns dos piores abusos cometidos pela agência durante cerca de 25 anos, incluindo tentativas de assassinato no exterior, espionagem doméstica e sequestros.

Os documentos são conhecidos na CIA como "jóias de família" e alguns deles descrevem os esforços da agência para convencer Johnny Roselli, considerado um mafioso, a ajudar a planejar o assassinato de Fidel.

"Domingo é um bom dia para ler o que parece ser ficção científica", começa Fidel o editorial de três páginas, sob o título "A Máquina de Matar".

Depois, o líder cubano escreve sobre o material que trata da tentativa de matá-lo, bem como de uma análise do New York Times sobre todos os documentos.

Cuba afirma que Fidel foi alvo de centenas de tentativas de assassinato. O líder já disse diversas vezes que o presidente George W. Bush ordenou sua morte.

Fidel também reiterou em detalhes sua longa crença de que o presidente dos EUA John F. Kennedy, assassinado em 1963, foi vítima de um complô envolvendo elementos da CIA e exilados cubanos que militavam contra o líder da ilha comunista.

Fidel, especialista em tiro com rifles de mira telescópica, insiste que Lee Harvey Oswald não poderia ter sido o único atirador em Dallas.

"Você perde o alvo depois de cada tiro, mesmo se ele não estiver se movimentando, e precisa encontrá-lo de novo em frações de segundo", disse.

Fidel não é visto em público desde que foi submetido a uma cirurgia intestinal, em julho do ano passado, quando entregou o poder temporariamente para seu irmão mais novo, Raul.

Mas o revolucionário de 80 anos voltou à vida pública em março, com artigos ocasionais chamados "Reflexões do Comandante-Chefe". Ele vem escrevendo com mais frequência nas últimas semanas, o que aumentou as especulações de que sua saúde está melhorando.

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