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Um importante legislador da União Européia (UE) apoiou nesta quarta-feira as alegações de que a CIA seqüestrou e ilegalmente deteve suspeitos de terrorismo no bloco e depois os transportou para países onde há tortura.

- A CIA, em diversas ocasiões, claramente foi responsável por seqüestrar e deter ilegalmente supostos terroristas no território de países-membros da UE - afirmou Claudio Fava em seu primeiro relatório interino sobre uma investigação da UE a respeito de supostos abusos da CIA.

Ao mesmo tempo, em relatório preliminar apresentado ao Parlamento Europeu, investigadores levantam o espantoso número de mais de mil vôos clandestinos feitos pela CIA em território europeu, desde 2001, o ano dos atentados terroristas nos Estados Unidos.

O número foi levantado a partir dos dados fornecidos pela Eurocontrol, a agência que cuida da segurança aérea na Europa, das mais de 50 horas de depoimentos dados por pessoas que disseram ter sido seqüestradas e torturadas por americanos, bem como testemunhos de funcionários da União Européia e de integrantes de grupos de direitos humanos, e de informações reunidas ao longo de três meses de audiências.

A Europa tem um tratado que obriga vôos de missões policiais a informarem a rota e as paradas.

Uma reportagem do jornal "Washington Post" disse em novembro que a CIA realizou os vôos pelo bloco e manteve presos no Leste Europeu suspeitos de serem membros da rede Al-Qaeda, o que provocou as investigações.

Neste mês, o Conselho da Europa, uma organização de direitos humanos que também está investigando o caso, disse que pelo menos um país europeu admitiu ter entregue suspeitos de terrorismo a agentes estrangeiros.

No relatório, Fava disse que a legislação da UE sobre serviços secretos e controle de espaço aéreo e de aeronaves estrangeiras é insuficiente e deveria ser reforçada. Ele comentou em seu relatório ser improvável que diversos governos europeus não estivessem informados sobre as atividades da CIA, especificamente apontando para Itália, Suécia e Bósnia.

O promotor de Milão Armando Spataro disse que uma equipe da CIA capturou o suspeito de terrorismo Abu Omar de uma rua da cidade em 2003. Ele foi levado para o Egito, onde teria sido torturado.

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