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Curda aguarda transporte para escapar de extremistas na Síria | Murad Sezer/Reuters
Curda aguarda transporte para escapar de extremistas na Síria| Foto: Murad Sezer/Reuters

História

Darna serviu de reduto para extremistas nas décadas de 1980 e 1990

Extremistas fizeram de Darna seu porto seguro nas décadas de 1980 e 1990, durante uma insurgência contra o ditador Muamar Kadafi (1942—2011). A cidade é protegida pelo acidentado terreno das Montanhas Verdes, no leste da Líbia. Darna foi a principal fonte de jihadistas líbios e suicidas para a insurgência no Iraque após a invasão liderada pelos Estados Unidos. Brigadas inteiras de nativos da cidade lutam na guerra civil na Síria. Neste ano, uma série de jihadistas líbios ligados ao Estado Islâmico retornaram para casa, em Darna. Esses homens, conhecidos como Grupo Battar, formaram uma nova facção, chamada de Conselho Shyura para os Jovens do Islã, que começou a reunir outros militantes locais e a convencê-los a se juntar ao Estado Islâmico.

Numa noite fria, militantes barbudos se reuniram num local cheio de luzes coloridas em Darna, uma cidade da costa do Mediterrâneo conhecida por ser o centro de radicais jihadistas na Líbia. Eles prometeram se aliar ao líder do grupo Estado Islâmico (EI).

Com a reunião, realizada cerca de três semanas atrás, os militantes fizeram de Darna a primeira cidade fora do Iraque e da Síria a se unir ao "califado" anunciado pelo grupo extremista.

A cidade já tem tribunais religiosos que ordenam assassinatos em público e a flagelação de moradores acusados de violar a lei da sharia, além da segregação de estudantes masculinos e femininos.

Oponentes dos militantes se esconderam ou fugiram, aterrorizados por uma série de assassinatos com o objetivo de silenciá-los. A tomada da cidade, que fica a 1,6 mil quilômetros do território mais próximo controlado pelo EI, é prova de como o grupo exerce um encanto sobre a região.

Um novo "emir" do EI agora controla a cidade. Ele é Mohammed Abdullah, um militante iemenita pouco conhecido, enviado da Síria e mais reconhecido por seu nome de guerra, Abu al-Baraa el-Azdi, segundo informações de vários ativistas locais e de um ex-militante de Darna.

Militantes da liderança do EI, do Iraque e da Síria, visitaram a cidade durante o ano e em poucos meses reuniu a maior parte das facções extremistas, antes divididas, sob seu guarda-chuva.

Esses militantes abriram caminho ao matar rivais, o que incluía outros militantes.

Darna pode ser um modelo para o grupo tentar se expandir para outras regiões. Notadamente, no Líbano, tropas do Exército capturaram recentemente uma série de militantes que, acredita-se, planejavam tomar várias vilas no norte do país e proclamá-las parte do "califado".

Na região, alguns grupos militantes prometeram se aliar ao líder Abu Bakr al-Baghdadi, mas nenhum tomou territórios de forma coesa como aconteceu em Darna.

Base

Darna dá ao EI uma base na Líbia, país rico em petróleo com um governo fraco desde a queda de Kadafi, em 2011.

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