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Tornado que arrasou Joplin no domingo à noite matou 122 pessoas; o número não para de aumentar e o governador do Missouri disse que os trabalhos de resgate continuaram até que se descubra o paradeiro de todos os desaparecidos | Joe Raedle/AFP
Tornado que arrasou Joplin no domingo à noite matou 122 pessoas; o número não para de aumentar e o governador do Missouri disse que os trabalhos de resgate continuaram até que se descubra o paradeiro de todos os desaparecidos| Foto: Joe Raedle/AFP

Buscas seguem dia e noite para tentar encontrar pessoas vivas em meio aos escombros deixados pelo pior tornado dos EUA em 63 anosJoplin, MissouriAgência Estado e ReutersEquipes de resgate centraram as buscas de ontem em lojas e complexos residenciais destruídos em Joplin, no Missouri, meio-oeste dos Estados Unidos. Elas abriram buracos em paredes de­­sabadas de concreto, procurando por sobreviventes do tornado que deixou 122 mortos, o mais violento a atingir o país em 63 anos. O nú­­mero oficial de vítimas não para de aumentar e pelo menos 1,5 mil pessoas continuavam desaparecidas.

Na segunda-feira, os socorristas resgataram 17 pessoas dos escombros e o governador do Missouri, Jay Nixon, disse que as buscas continuarão até que seja conhecido o paradeiro de todas as pessoas desaparecidas.

"Os socorristas acreditam que ainda existem sobreviventes nos escombros", disse Nixon. As equipes usariam refletores para conduzir buscas ontem à noite, como fizeram no dia anterior.

O tornado que atingiu Joplin na noite do domingo devastou milhares de casas, de acordo com o chefe do corpo de bombeiros, Mitch Randles. O fenômeno arrasou com centenas de lojas, incluídos um hipermercado do Wal­­mart e uma unidade da Home Depot.

O desastre no Missouri aconteceu depois que uma série de tornados atingiu seis estados do sul dos EUA, em abril, deixando pelo me­­nos 300 mortos, pouco mais de dois terços no estado do Alabama.

Histórias pessoais

Primeiro, eles encontraram o seu ursinho de pelúcia azul escuro. Depois, parentes desesperados procurando pelo bebê Skyular Logsdon viram a sua camiseta vermelha e as calças, rasgadas e encharcadas pela chuva, em cima de um poste telefônico.

A criança não é vista desde a noite de domingo, quando o tornado gigantesco destruiu a cidade de Joplin.

Ontem, enquanto as equipes de busca aproveitavam a trégua da chuva para procurar por sobreviventes sob montanhas de destroços, os parentes de Skyular le­­vantavam com cuidado vigas de madeira e metal retorcido no lo­­cal onde moravam.

Eles rezaram pedindo sinais de vida do bebê de 15 meses de idade. Os pais, ambos feridos, estão hospitalizados. "Nós procuramos em cada necrotério, em cada hospital, em cada lugar que a gente conseguiu pensar", disse Rusty Bur­­ton, avô de Skyular. "Eu procurei em cada canto dessa casa."

A descoberta das roupas do menino a quase 180 metros de distância da casa foi arrasadora para os parentes. "Está tudo rasgado. Eu não quero imaginar que ele estava vestindo isso", disse a prima Pamela Tate, chorando en­­quanto pegava a pequena roupa encharcada. "Tudo o que eu quero é que ele esteja vivo. Isto é o que eu quero."

A busca por Skyular é apenas uma entre várias na cidade do sudoeste do Missouri com 50 mil moradores.

Autoridades disseram que estão trabalhando contra as previsões de mais mau tempo e poucas chances de sobrevivência para encontrar alguém que ainda está preso depois que o tornado passou, arrancando árvores, destruindo prédios e transformando carros em pedaços de metal.

"Seguimos esperançosos de encontrar mais gente", afirmou o chefe do corpo de bombeiros, Mitch Randles. Segundo ele, houve vários relatos de gritos vindo debaixo dos prédios que desabaram. "Queremos aproveitar todas as oportunidades que temos para resgatar quem está nos destroços e sobreviveu até agora."

O governo disse que os desaparecidos podem incluir várias pessoas que estão vivas, mas ainda não conseguiram avisar aos seus parentes. Para Kenny McKeel, a busca pela sua família terminou.

Horas depois que o tornado chegou, McKeel encontrou os corpos do pai e da madrasta no gramado, com a casa deles destruída. Os vizinhos, um casal com três crianças, também morreram.

Ontem, McKeel resgatou a vara de pescar do pai dos destroços enquanto tentava conter as lágrimas. "Eu vejo isso, significa de­­mais para mim. E isso está me matando", disse.

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