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Em meio a um momento tumultuado das negociações lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o combate ao aquecimento global, um dos mais prestigiados grupos científicos do mundo concordou nesta quarta-feira em corrigir um relatório do Painel Internacional sobre a Mudança Climática (IPCC, por suas iniciais em inglês).

"Iniciamos este processo sem conclusões preconcebidas", declarou Robbert Dijkgraaf, um físico matemático que copreside o Conselho Interacadêmico, grupo que reúne 15 academias nacionais de ciências e que está incumbido de realizar as correções necessárias.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, assegurou nesta quarta-feira que "há um número bem pequeno de erros" nas 3.000 páginas da última compilação feita pelo IPCC com dados sobre as mudanças climáticas, realizada em 2007.

Ban anunciou nesta quarta-feira que será feita uma revisão independente do trabalho do IPCC depois de terem sido encontrados erros em um informe sobre o derretimento de geleiras no Himalaia.

"Temos de definir com clareza o que sabemos e também as incertezas. Temos de nos comunicar com transparência e debater com inteligência", afirmou Ban, assegurando que "não há prova que refute a principal conclusão do informe" do IPCC, a de que o homem é responsável pelo aquecimento global.

A ONU encarregou a revisão dos procedimentos do IPCC ao Conselho Interacadêmico. O secretário-geral considerou "imperativo" contar com a melhor informação para elaborar uma resposta adequada ao aquecimento global.

"Quero que fique claro: a ameaça da mudança climática é real. Nada do que foi revelado ou dito nos meios de comunicação recentemente altera o consenso científico fundamental sobre a mudança climática", ressaltou Ban.

Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, que estava com Ban durante o anúncio, declarou apoio à iniciativa da ONU, afirmando que ela "reforçará os procedimentos que empregamos para elaborar nosso informes".

"É muito importante que a informação científica de nossos relatórios, que divulgamos amplamente, seja aceita por comunidades de todo o mundo", afirmou.

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