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Um grupo de astrônomos da Universidade de Cambridge, nos EUA, detectou o que pode ser o sinal mais promissor da existência de vida fora da Terra.
Embora preliminar, o estudo, publicado nesta quarta-feira (16) no Astrophysical Journal Letters, identificou que o planeta K2-18b - posicionado fora do sistema solar a 1,1 quatrilhão de quilômetros (124 anos-luz) de distância de nós - contém moléculas que, na Terra, são produzidas apenas por organismos vivos: os gases dimetil sulfeto (DMS) e o dimetil dissulfeto (DMDS).
Esse indício foi constatado com o uso do telescópio James Webb, capaz de analisar a composição química da atmosfera do planeta a partir da luz que passa pela pequena estrela vermelha que ele orbita.
Apesar da descoberta, que pode mudar o rumo da Ciência, os pesquisadores enfatizaram que não há confirmação de que haja vida microbiana no planeta K2-18b, sendo o estudo apenas uma "sugestão". Portanto, os resultados devem ser vistos com cautela.
"Não é do interesse de ninguém afirmar prematuramente que detectamos vida", disse o astrônomo da Universidade de Cambridge e um dos autores do novo estudo Nikku Madhusudhan, durante uma coletiva de imprensa esta semana.
Segundo ele, a melhor explicação para as observações, até o momento, é que o K2-18b está coberto por um oceano quente, repleto de vida.

O planeta, localizado fora do sistema solar, foi descoberto por astrônomos canadenses em 2017, enquanto observavam com telescópios terrestres no Chile. Ele é classificado na lista de planetas "sub-Netuno", por possuir diâmetro maior que o da Terra, mas menor que o de Netuno.
Esta é a segunda vez que o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Nasa, identifica substâncias químicas associadas à vida fora da Terra. Em 2023, outra equipe de Cambridge sugeriu a existência do gás DMS em outro planeta.