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Cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) estão refazendo a experiência que detectou neutrinos, um tipo de partícula subatômica, viajando mais rápido que a luz. O anúncio dos resultados do experimento - que contrariam a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, que a estabelece a velocidade da luz como limite no Universo - causou polêmica na comunidade científica e já foi objeto de mais de 80 artigos no serviço de divulgação científica online "arXiv".

Sergio Bertolucci, diretor de Pesquisas a instituição, disse à "BBC" que nos últimos dias novos feixes de neutrinos foram gerados pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC), acelerador de partículas do Cern na fronteira entre França e Suíça, direcionados ao laboratório subterrâneo de Gran Sasso, na Itália e a cerca de 730 quilômetros de distância. Segundo ele, o experimento foi alterado para tentar descartar possíveis erros sistêmicos.

Na experiência original, o LHC disparou seus feixes de prótons, que produzem os neutrinos, em pulsos longos com duração de 10 microsegundos (10 milionésimos de segundo) e os detectores do projeto Opera, em Gran Sasso, registraram sua chegada até 60 nanosegundos (60 bilionésimos de segundo) antes do que se estivessem viajando à velocidade da luz. Agora, os feixes serão muito mais curtos, durando um ou dois nanosegundos, e terão um grande intervalo, de cerca de 500 nanosegundos, entre cada. De acordo com Bertolucci, este sistema será mais eficiente.

"Para cada evento de neutrino em Gran Sasso, poderemos associar sem dúvidas com um feixe de prótons no Cern", disse ele à BBC.

Os grupos de pesquisa Minos, nos EUA, e T2K, no Japão, também se preparam para tentar replicar os resultados do Opera, mas ainda deverá levar alguns meses até que qualquer um dos três divulgue suas novas observações.

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