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Enquanto a erupção do complexo vulcânico Puyehue-Cordón Caulle parecia perder intensidade nesta quarta-feira (8), autoridades chilenas visitavam a região, situada cerca de 900 quilômetros ao sul de Santiago, e manifestavam preocupações com a enorme quantidade de cinzas encobrindo campos de cultivo, rios e lagos. A ordem de retirada da população que vive perto do vulcão continua em vigor, mas alguns moradores recebem autorização específica para retornar a suas casas e alimentar o gado e os animais domésticos e sair em seguida.

O ministro chileno da Agricultura, Antonio Galilea, visitou a área, onde a erupção era visível apenas ocasionalmente por conta das chuvas e das nuvens. "Apesar da emergência em andamento, os criadores de gado estão habituados a guardar alimentos e tinham reservas para alimentar seus animais. Se as reservas se esgotarem, estamos preparados para enfrentar a situação", assegurou o ministro.

Diversos imóveis da região estão encobertos por uma espessa capa de cinza, mas outros escaparam graças aos fortes ventos, que levaram as cinzas e o material da erupção para a vizinha Argentina. Há fortes ventos e faz muito frio na região onde se situa o vulcão El Caulle, que entrou em erupção no sábado.

Miguel Oyarzún, um criador de gado da região, foi um dos que precisaram alimentar seus animais com o que havia em estoque, pois suas terras estavam totalmente cobertas pela cinza. "Os animais estavam famintos e tivemos que dar o pasto que tínhamos guardado", relatou.

Galilea, o ministro, também manifestou preocupação com a possibilidade de contaminação dos rios e lagos da região. É possível observar uma capa de cinzas sobre as águas de rios como o GolGol e o Nilahue, assim como sobre lagos para os quais as cinzas foram levadas por afluentes. O ministro chileno disse que foram encontrados muitos peixes mortos no Rio Nilahue por causa da contaminação.

As cinzas também provocaram a interdição de estradas. Em alguns lugares, a capa de cinzas alcança meio metro de altura. O passo Cardenal Samoré, segunda via de comunicação terrestre mais importante entre o Chile e a Argentina, está fechado desde o fim de semana.

O ministro chileno de Obras Públicas, Hernán de Solminihac, que também visitou hoje a região afetada, observou que o trabalho de limpeza para a abertura da passagem de fronteira demorará pelo menos dois dias.

Apesar de haver uma tendência de normalização paulatina da situação, o governo do Chile mantém alerta vermelho na região. Vulcanólogos afirmam que a atividade do vulcão El Caulle pode manter-se forte por mais cinco dias. As informações são da Associated Press.

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