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Nuvem de fumaça e cinzas sobre a geleira de Eyjafjallajokull, na Islândia: erupção de vulcão fechou o espaço aéreo em grande parte da Europa e provocou o cancelamento de milhares de voos em todo o mundo | Cathal McNaughton/Reuters
Nuvem de fumaça e cinzas sobre a geleira de Eyjafjallajokull, na Islândia: erupção de vulcão fechou o espaço aéreo em grande parte da Europa e provocou o cancelamento de milhares de voos em todo o mundo| Foto: Cathal McNaughton/Reuters

Efeito dominó

Cancelados voos no Brasil

Folhapress

Companhias que operam destinos entre o Brasil e a Europa cancelaram voos previstos para ontem e para a manhã de hoje.

A British Airways informou que um voo partindo do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Londres foi cancelado, e um outro, partindo de Cumbica, estava "suspenso’’. Também foram cancelados dois voos que retornariam da capital britânica para o Brasil.

A Air France/KLM cancelou três voos, um de Guarulhos para Amsterdã, e dois indo para Paris – um a partir do Rio e outro de Cumbica. Hoje, mais dois voos permanecerão em solo.

A TAM também cancelou todos os seus voos para Londres ontem e informou que os passageiros devem remarcar a viagem sem custo.

O voo JJ 8084 da companhia, que partiu de Guarulhos com destino a Londres à 0h04 de ontem, teve de ser desviado para Madri por causa do fechamento de Heathrow. A empresa informou ter fornecido alimentação e hospedagem aos passageiros.

Mas, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as companhias não têm obrigação de custear essas despesas, já que os cancelamentos foram causados por "problemas meteorológicos’’.

A médica Rosane Oliveira viajaria ontem com o marido e o filho para Londres pela TAM. Depois do cancelamento, foi informada de que não há lugares nos próximos três dias, e que ela deve voltar para casa, para remarcar o voo.

  • Veja a área afetada pela fumaça do vulcão que entrou em erupção na Islândia

Gigantescas colunas de fumaça e cinzas expelidas por um vulcão em erupção na Islândia causaram ontem o fechamento do espaço aé­­reo de sete países europeus e o cancelamento de milhares de vo­­­os em todo o mundo. É a maior in­­terrupção de tráfego aéreo ocorrida desde os atentados terroristas de 11 de Setembro, nos EUA.

Autoridades disseram ser difícil prever quando a situação será normalizada. A organização eu­­ro­­peia de segurança aérea alertou que a paralisação pode durar mais dois dias.

O início da erupção – a segunda em um mês – ocorreu anteontem. O vulcão, localizado abaixo da geleira Eyjafjallajokull, lançou uma nuvem de cinzas de até 11 km na atmosfera que, durante a noite, moveu-se para o oeste, em direção ao continente, e para o sul.

Voos não emergenciais foram cancelados no Reino Unido, e os aviões continuarão em solo até pe­­lo menos o meio-dia (8 h em Bra­­sília) de hoje.

Autoridades da Finlândia, Ir­­landa, Dinamarca, Noruega, Sué­­cia e Bélgica também fecharam seu espaço aéreo. A França fechou 24 aeroportos, incluindo o Char­­les de Gaulle, em Paris, e os terminais de Berlim e Hamburgo, na Alemanha, foram fechados. A Ho­­­­landa cancelou diversos voos. Mais de 5 mil dos cerca de 20 mil voos previstos no continente eu­­ropeu foram cancelados. Nos Estados Unidos, cerca de 100 ae­­ronaves com destino à Europa não puderam decolar.

Uma porta-voz do Serviço Na­­cional de Tráfego Aéreo britânico disse que não "há lembrança vi­­va’’ do fechamento do espaço aé­­reo do país. No 11 de Setembro, hou­­­­ve apenas a ordem para pouso imediato ou permanência em solo.

Os cancelamentos causaram transtornos para a população e pa­­ra autoridades. Sarah Davis, que iria de Londres para Los An­­geles, disse que chegou a embarcar, mas teve de voltar. "O avião fez todo o percurso para decolar. Até passaram o vídeo de segurança’’, relatou.

Os monarcas da Noruega, que viajariam para o aniversário da rainha Margrethe, da Dinamarca, tiveram os planos cancelados. O premiê russo, Vladimir Putin, foi obrigado a desistir de viajar para a cidade de Murmansk. "A fumaça cobriu toda a região’’, disse seu porta-voz, Dmitri Peskov.

Perigo

Segundo especialistas, cinzas vul­­­­cânicas contêm pequenas par­­tículas de vidro e rocha pulverizada – indetectáveis pelos radares – que podem danificar os motores das aeronaves.

O Instituto Geológico dos EUA (USGS, em inglês) diz que cerca de cem aeronaves atravessaram nu­­vens de cinzas vulcânicas en­­tre 1983 e 2000. Houve casos em que os motores perderam força ou desligaram-se momentaneamente, mas não houve acidentes.

Em 1989, um Boeing 747 da holandesa KLM entrou em uma co­­­­luna de fumaça do vulcão Re­­doubt, no Alasca (EUA), e perdeu toda a força, caindo de 7.500 me­­tros pa­­ra 3.600 antes de a tripulação conseguir religar os motores. A ae­­ro­­nave pousou em segurança.

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