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Faixa de Gaza – O que começou como um passeio alegre à praia terminou em tragédia para a família Yunis Ghaliya. "Seria um presente para as crianças pelas suas boas notas no colégio", conta a palestina, em Bet Lahia, no norte da Faixa de Gaza. "A praia é o único lugar em que podemos relaxar." Quem poderia adivinhar que seu irmão e outros seis membros da família seriam executados a tiros no primeiro dia de férias escolares, no último dia 9?

Pelo menos 20 pessoas morreram no último mês e milhares estão ficando sem dinheiro para comprar alimentos por causa do agravamento do conflito entre israelenses e palestinos e das disputas entre os partidos palestinos Hamas e Fatah.

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, prometeu ontem retirar as milícias do Hamas das ruas, numa tentativa de reduzir a crise. A segurança deve ficar a cargo das forças da Autoridade Palestina. O premier prometeu que não vai deixar que as ruas virem campo de batalha, mas a tensão continua alta.

Ontem, palestinos invadiram o Parlamento, em Ramallah, na Cirsjordânia, interrompendo uma sessão parlamentar. Alguns manifestantes subiram nas mesas dos deputados e atiraram papéis e garrafas de água para o alto. A população desafia tanto o Hamas quanto o Fatah a buscar uma solução para a crise, que compremete os planos de criação de um Estado palestino. Eles reclamam que milhares estão com salários atrasados.

Em meio a tanta turbulência, os palestinos temem que a promessa de retirada das ruas do Hamas não seja cumprida, e que a violência se agrave. Israel não assume o ataque que matou a família da palestina Ghaliya, mas especialistas dizem que a ação foi sim um ato do Estado judeu. O próprio Hamas se transformou em suspeito das mortes.

"A ordem dada às forças de segurança israelenses de disparar granadas a apenas 100 metros de edifícios de moradias fere civis e faz com que oficiais e soldados israelenses possam ser acusados de crimes de guerra", advertiu o grupo de direitos humanos israelense Betselem. Cinco organizações de direitos humanos israelenses pediram o fim das mortes de civis palestinos nos territórios ocupados.

Israel flexibilizou as indicações para disparar. Além disso, permite que certas regras sejam violadas, não respeita a proporcionalidade e não realiza investigações independentes sobre a morte de civis, segundo as denúncias dos ativistas.

O ataque que matou 11 civis na terça-feira em Cidade de Gaza – que supostamente foi armado para atingir um veículo carregado de armas – escancara a gravidade da situação. O Exército israelense não tinha uma imagem completa da situação. Um oficial explicou que a presença de civis foi avisada apenas quando o míssil estava a seis segundos do alvo. "Não podemos ser 100 por cento certeiros", alegou o chefe da força aérea israelense, Elieser Shkedi. "Isso é a guerra."

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