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Famílias usam um caminhão para escapar da escassez de comida, água e luz que afeta Sirte | Esam Al-Fetori/Reuters
Famílias usam um caminhão para escapar da escassez de comida, água e luz que afeta Sirte| Foto: Esam Al-Fetori/Reuters

Perigo

Otan admite haver mísseis desaparecidos

Pelo menos 10 mil mísseis estão desaparecidos na Líbia, admitiu um representante graduado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sinalizando temor de que o armamento possa cair nas mãos da Al-Qaeda, segundo relatos na imprensa alemã. Os mísseis representam "uma séria ameaça para a aviação civil", na avaliação do almirante italiano Giampaolo di Paola, de acordo com a revista Der Spiegel.

A revista informa que Di Paola, que preside o comitê dos chefes militares da Otan, teve um encontro secreto com os legisladores alemães, na segunda-feira, em que manifestou o temor da aliança militar. As armas poderiam acabar em outros países e nas mãos erradas, em qualquer lugar do Quênia a Kunduz [Afeganistão].

Agência Estado

Após o cessar-fogo de dois dias dado pelos rebeldes líbios no sábado, centenas de civis tentavam sair ontem da cidade de Sirte, terra natal do ditador Muamar Kadafi, onde devem ocorrer, em breve, duros combates entre opositores e forças leais ao regime.

Os moradores da região fugiam em veículos com suas coisas em­­pacotadas e faziam filas em pontos de checagem controlados pe­­los rebeldes para pegar a estrada de saída da cidade.

Forças do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia – o órgão político dos rebeldes – propuseram uma trégua de dois dias para permitir que os civis deixassem a região.

Há alguns dias, alguns residentes começaram a partir à medida que as forças rebeldes, apoiadas por aeronaves da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), intensificaram bombardeiros contra Sirte, em um esforço para derrotar combatentes leais a Kadafi.

Situação crítica

Sirte está cercada por combatentes rebeldes. A cidade, de 100 mil habitantes, foi atingida por ataques da Otan, encurralando mo­­ra­­dores por conta dos violentos conflitos das duas últimas semanas.

Moradores disseram que a situação piorou muito na região. Há pouca comida e não há água ou eletricidade. A Cruz Vermelha es­­tima que aproximadamente 10 mil pessoas já deixaram a cidade, com ao menos um terço de­­las se abrigando em acam­­pa­­mentos no deserto. En­­quanto a população se apressa para sair do local, membros da Cruz Vermelha, que conseguiram acessá-lo, disseram que há ne­­cessidade urgente de ajuda mé­­dica. Segundo eles, os combates continuam, apesar do cessar-fogo de dois dias.

A organização afirmou que pacientes morrem nos hospitais devido à falta de oxigênio e à escassez de combustível.

Com a tomada do aeroporto internacional, da via expressa que atravessa a cidade e de um dos quartéis mais importantes de Kadafi, os rebeldes afirmam controlar pelo menos 80% de Sirte, mas reconhecem que es­­tão enfrentando uma forte re­­sistência em algumas áreas.

Segundo eles, a principal dificuldade consiste nas dezenas de franco-atiradores posicionados nos telhados dos edifícios e em janelas que impedem as tentativas de entrar no coração da cidade. "Quando todo o centro da cidade for es­­vaziado pelos habitantes, a tomada de Sirte será uma questão de horas", afirmou Ahmed Bani, porta-voz militar do CNT.

Por enquanto, estão sendo registrados combates esporádicos e bombardeios intermitentes. Os rebeldes afirmaram que, no sábado, destruíram dois veículos repletos de munição, mas disseram também que os ca­­nhões das forças de Kadafi ti­­nham atingido um hotel na pe­­riferia da cidade, onde havia dezenas de insurgentes.

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