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Homens armados não-identificados mataram a tiros na sexta-feira, na Faixa de Gaza, um clérigo muçulmano que tinha acabado de proferir um sermão pedindo o fim dos confrontos entre as forças leais ao Hamas e à Fatah, disseram fontes locais e de hospitais.

O assassinato do religioso aconteceu horas depois de o premiê palestino, Ismail Haniyeh, que pertence ao Hamas, ter anunciado que ele e o presidente Mahmoud Abbas, que pertence à Fatah, selarem um acordo para manter os combatentes rivais fora das ruas de Gaza, depois dos confrontos que mataram oito pessoas.

As tensões continuavam elevadas na faixa costeira. Milhares de palestinos leais à Fatah participaram de manifestações em homenagem a um comandante morto num ataque do Hamas com granadas lançadas por foguetes, na quinta-feira.

A Fatah, porém, não ecoou o tom do premiê e divulgou uma nota agressiva em Gaza: "Sangue por sangue e agressão por agressão(...) e todos os filhos do movimento devem retaliar abertamente cada agressão''.

O clérigo muçulmano foi assassinado quando estava dentro de um carro, e não era ligado nem ao Hamas nem à Fatah. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado, que aconteceu depois dos serviços religiosos de uma mesquita no campo de refugiados de Maghazi.

Moradores contaram que o religioso havia criticado de forma contundente no sermão de sexta-feira os confrontos entre as facções.

Em uma das manifestações fúnebres, integrantes das Brigadas dos Mártires Al-Aqsa, da Fatah, ameaçaram matar o ministro das Relações Exteriores, Mahmoud al-Zahar, e o ministro do Interior, Saeed Seyam, ambos do Hamas.

"Zahar e Seyam, vocês têm de sair de Gaza. Vamos deixar seus corpos em pedaços'', gritou um integrante das brigadas num megafone.

Durante a noite, radicais do Hamas e forças policiais invadiram a casa do líder da Fatah Sufian Abu Zaida, no norte da Faixa de Gaza. Móveis foram destruídos, mas o ex-ministro Abu Zaida saiu ileso.

Os confrontos entre as facções aumentaram em Gaza e na Cisjordânia depois que o presidente Abbas desafiou o governo do Hamas convocando eleições antecipadas, após o fracasso das negociações para um governo que incluísse os dois grupos.

O premiê disse que, numa reunião de emergência com Abbas, a primeira em dois meses, os dois líderes concordaram em "retirar todos os homens armados das ruas e mobilizar forças policiais para manter a ordem''.

Abbas não fez nenhuma declaração pública, mas uma fonte que participou da reunião confirmou o acordo. Mas pactos desse tipo não resistiram à violência no passado, e os moradores de Gaza temem que haja novos incidentes depois que os mortos de quinta-feira tiverem sido enterrados.

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