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Num momento em que o foco de Washington está na necessidade de cortar o orçamento e reduzir o governo, o presidente Barack Obama argumentou em seu discurso de terça-feira que a política da austeridade, se aplicada inconsequentemente, resultará em uma rendição sem pré-condições a China, Índia e uma série de outros competidores menores que estão investindo enquanto os americanos fazem cortes.

É uma tecla em que Obama bate repetidamente desde as perdas devastadoras dos democratas nas eleições legislativas de 12 semanas atrás. Ao dizer ao Congresso que esse é "o momento Sputnik desta geração", Obama delineou a batalha ideológica que será combatida neste ano: existem visões muito diferentes sobre o papel do governo, ainda que os dois lados concordem que cortes serão necessários.

Para a nova maioria republicana na Casa de Representantes, o caminho para restaurar a competitividade americana é derrubar impostos e tirar o governo do caminho. Para Obama, mesmo um governo federal mais esguio precisa assumir um papel central no direcionamento do futuro econômico do país, para ajudar os EUA a enfrentar os poderes econômicos em ascensão que ultrapassaram os americanos enquanto estes estavam distraídos com a década pós 11 de Setembro.

"As residências na Coreia do Sul já têm mais acesso à internet do que nós", disse Obama, enumerando uma lista de como os EUA perderam a liderança. "Países na Europa e Rússia investem mais em suas estradas e ferrovias do que nós. A China está construindo trens mais velozes e aeroportos mais modernos." Ele acrescentou que as principais instalações de pesquisa em energia solar e o computador mais rápido do mundo agora ficam na China.

Obama não é o primeiro presidente que tenta animar o espírito de competição típico da Guerra Fria numa tentativa de forçar os americanos a deixar de lado as diferenças políticas e se unir para enfrentar uma ameaça comum à prosperidade e segurança do país.

"Americanos tendem a acreditar em seu próprio declínio ciclicamente", escreveu Joseph Nye em sua nova análise do futuro dos EUA no mundo, O Futuro do Poder.

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