
Quase 30 países presentes em uma conferência em Paris sobre a situação no Iraque concordaram ontem em fornecer ajuda militar ao país para combater os radicais do Estado Islâmico (EI).
O texto não dá detalhes sobre a ajuda militar, mas afirma que combater o EI é urgente. Na abertura da conferência, que reuniu os membros de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, o presidente francês, François Hollande, fez um chamado por uma ação internacional unificada para enfrentar a ameaça do EI.
Os EUA revelaram na semana passada um plano geral para combater os militantes islâmicos simultaneamente no Iraque e na Síria.
O governo norte-americano acredita poder alcançar uma aliança sólida contra o EI, apesar da hesitação entre alguns parceiros e questões sobre a legalidade das ações, especialmente na Síria, onde a facção tem uma base de poder.
A ideia da coalizão foi aceita entre os principais países ocidentais e também por dez países árabes. "A luta do Iraque contra os terroristas é também a nossa luta. Devemos empenhar-nos juntos, este é o objetivo desta conferência", disse Hollande, que na semana passada viajou para Bagdá para se reunir com membros do novo governo do Iraque.
A aviação francesa realizou ontem os primeiros voos de reconhecimento militar no Iraque, como parte dos esforços para lutar contra o EI. A operação havia sido anunciada pelo ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos.
A França disse estar pronta para se juntar aos EUA nos ataques aéreos contra o EI no Iraque, mas diz que limitações legais e militares tornam mais difícil essa ação na Síria.
O novo presidente iraquiano, Fuad Masum, disse esperar que a reunião de Paris traga uma "resposta rápida" contra os extremistas. "O Estado Islâmico tem cometido massacres, crimes de genocídio e limpeza étnica", disse Masum. Ministros das Relações Exteriores dos principais países europeus, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, os vizinhos do Iraque, mais o Catar, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos (países do Golfo Pérsico), se reuniram para discutir os aspectos humanitários, políticos e de segurança no combate ao EI. O Irã, que é muito influente no vizinho Iraque, não está participando da conferência.
Teerã rejeitou um pedido de cooperação feito pelos EUA, afirmou ontem o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. "Desde os primeiros dias, o governo dos EUA, por meio de seu embaixador no Iraque, pediu uma cooperação contra o EI", afirmou Khamenei, em seu site oficial. "Recusei porque [os americanos] têm as mãos sujas." Para ele, Washington busca "um pretexto para fazer no Iraque e na Síria o que fez no Paquistão: bombardear os lugares que deseja sem autorização".



