Para Kerry, ação contra EI não é "apenas" militar
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse ontem que a militar é apenas uma das dimensões da ação que está sendo preparada pela coalizão formada para combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI).
Kerry afirmou que "mais importante" que o aspecto militar é o apoio às novas autoridades iraquianas, em coletiva de imprensa no final da conferência internacional sobre o EI, realizada em Paris.
O secretário de Estado colocou ênfase na transcendência do acordo dos 26 países presentes em Paris para impedir que os jihadistas consigam alistar pessoas para combater pelo EI na Síria, pois isso é mais simples do que enfrentar os mesmos no campo de batalha.
Também reiterou que há dois meses era praticamente imprevisível constituir uma coalizão, aliada com um governo iraquiano constituído em uma transição pacífica, contra esse grupo terrorista.
Perguntado sobre se há comunicação entre Washington e o regime sírio de Bashar al-Assad, Kerry respondeu que deixou muito claro que os EUA não pensam em coordenar suas ações com os sírios, mas isso não exclui a utilização de canais para evitar "erros ou desastres", em uma alusão a possíveis ações militares no território da Síria.
Sobre esse assunto, Kerry reforçou as palavras do presidente Barack Obama, de que os EUA perseguirão o EI "onde quer que esteja, e isso inclui a Síria".
O secretário não quis entrar em polêmica com as autoridades de Teerã, que recusou colaborar com os EUA.
Efe
Diplomacia
Organização jihadista chega "muito perto" do genocídio, afirma Otan
Estadão Conteúdo
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, apoiou fortemente a missão coordenada pelos EUA contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI). Ele afirmou que o grupo comete "atrocidades horríveis" e que as ações chegam "muito perto do genocídio". A Otan tem atuação reduzida na operação e nem todos os membros da aliança estão incluídos, especialmente devido à exaustão em relação a guerras em diversos países. Para Rasmussen, o EI é uma ameaça não só porque podem realizar ações terroristas no Ocidente, mas também porque a instabilidade do Oriente Médio é perigosa para membros da Otan.
Quase 30 países presentes em uma conferência em Paris sobre a situação no Iraque concordaram ontem em fornecer ajuda militar ao país para combater os radicais do Estado Islâmico (EI).
O texto não dá detalhes sobre a ajuda militar, mas afirma que combater o EI é urgente. Na abertura da conferência, que reuniu os membros de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, o presidente francês, François Hollande, fez um chamado por uma ação internacional unificada para enfrentar a ameaça do EI.
Os EUA revelaram na semana passada um plano geral para combater os militantes islâmicos simultaneamente no Iraque e na Síria.
O governo norte-americano acredita poder alcançar uma aliança sólida contra o EI, apesar da hesitação entre alguns parceiros e questões sobre a legalidade das ações, especialmente na Síria, onde a facção tem uma base de poder.
A ideia da coalizão foi aceita entre os principais países ocidentais e também por dez países árabes. "A luta do Iraque contra os terroristas é também a nossa luta. Devemos empenhar-nos juntos, este é o objetivo desta conferência", disse Hollande, que na semana passada viajou para Bagdá para se reunir com membros do novo governo do Iraque.
A aviação francesa realizou ontem os primeiros voos de reconhecimento militar no Iraque, como parte dos esforços para lutar contra o EI. A operação havia sido anunciada pelo ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos.
A França disse estar pronta para se juntar aos EUA nos ataques aéreos contra o EI no Iraque, mas diz que limitações legais e militares tornam mais difícil essa ação na Síria.
O novo presidente iraquiano, Fuad Masum, disse esperar que a reunião de Paris traga uma "resposta rápida" contra os extremistas. "O Estado Islâmico tem cometido massacres, crimes de genocídio e limpeza étnica", disse Masum. Ministros das Relações Exteriores dos principais países europeus, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, os vizinhos do Iraque, mais o Catar, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos (países do Golfo Pérsico), se reuniram para discutir os aspectos humanitários, políticos e de segurança no combate ao EI. O Irã, que é muito influente no vizinho Iraque, não está participando da conferência.
Teerã rejeitou um pedido de cooperação feito pelos EUA, afirmou ontem o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. "Desde os primeiros dias, o governo dos EUA, por meio de seu embaixador no Iraque, pediu uma cooperação contra o EI", afirmou Khamenei, em seu site oficial. "Recusei porque [os americanos] têm as mãos sujas." Para ele, Washington busca "um pretexto para fazer no Iraque e na Síria o que fez no Paquistão: bombardear os lugares que deseja sem autorização".
-
Entenda o papel da comissão do Congresso dos EUA que revelou os pedidos sigilosos de Moraes
-
Resumão da semana: Tio Paulo e a semana em que o Brasil enlouqueceu de vez
-
Lula chama Moraes para jantar e falar sobre um tal de Elon Musk
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Deixe sua opinião