Colapso em aeroportos pode ter sido sabotagem

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Buenos Aires - Depois de uma jornada de caos no sistema aéreo da Argentina na segunda-feira, quando o sistema de comunicações entre as torres de controle dos principais aeroportos do país e os aviões ficou fora do ar durante 11 horas, a justiça loca ordenou ontem a realização de uma investigação para verificar uma eventual sabotagem no sistema de comunicações. A falha impediu, por questões de segurança, a decolagem e aterrissagem em todos os aeroportos na área da capital argentina.

A ordem foi emitida pelo Tribunal Federal Número 1 do município de Lomas de Zamora, que determinou que a Administração Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) investiguem as origens do problema que provocou a suspensão de mais de 300 voos no aeroporto internacional de Ezeiza, o maior do país, que cotidianamente recebe 40 mil passageiros.

Sabotagem

Ontem, seis sindicatos de trabalhadores do setor aeronáutico atribuíram a falha a uma suposta "sabotagem" de controladores de voos militares. Segundo os sindicatos, a falha encontrada no sistema de comunicação é "suspeita".

O colapso foi causado pela falha no equipamento digital que controla as comunicações por áudio entre as torres de controle dos aeroportos e os aviões que decolam e aterrissam. O sistema, denominado "Switch Voice System" também é utilizado para as comunicações entre os aeroportos de Buenos Aires e do interior do país. Para complicar o cenário, na segunda-feira, também falhou um sistema alternativo, previsto para eventuais emergências.

Segundo especialistas, essa falha técnica foi inédita na história do aeroporto de Ezeiza, que costumeiramente fica paralisado por greves e conflitos sindicais. Os voos foram normalizados gradualmente, com atrasos, no final da noite da segunda-feira e ontem.

O caos aéreo também afetou a presidente Cristina Kirchner, que teve que cancelar seu voo para a província de Salta, no noroeste do país, onde inauguraria uma fábrica.