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A missão humanitária que receberá seis reféns em poder de guerrilheiros das Farc viajou nesta sexta-feira (30) ao Brasil, no início da operação de libertação de quatro militares e dois políticos colombianos.

A libertação propriamente dita deve ocorrer no domingo e será a primeira desde fevereiro de 2008, disse a senadora Piedad Córdoba, que está à frente da missão que tem o apoio logístico do Brasil e a coordenação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Com a entrega, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) querem, na opinião de analistas, obter espaço político e melhora da sua imagem internacional depois dos duros golpes sofridos no ano passado, como a morte de diversos comandantes, a deserção de milhares de combatentes e o resgate da refém Ingrid Betancourt.

"Vamos para o Brasil, para São Gabriel (da Cachoeira), onde vamos estar todo o dia de hoje, organizando os últimos detalhes que têm a ver com a logística", disse Córdoba antes de embarcar para essa cidade amazonense, perto da fronteira com a Colômbia.

A comissão que receberá os reféns será completada pela ativista de direitos humanos Olga Amparo Sánchez e os jornalistas Daniel Samper e Jorge Enrique Botero, além de representantes do CICV.

A comissão partirá no sábado em dois helicópteros brasileiros com destino a um aeroporto onde reabastecerão e pernoitarão. No domingo, os quatro militares devem ser entregues em algum ponto da Amazônia colombiana e levados ao aeroporto de Villavicencio, onde seus familiares estarão à espera.

Na segunda-feira, a comissão volta aos helicópteros para recolher, em outro ponto da selva, o ex-governador Alan Jara, do Departamento de Meta, sequestrado desde 2001. Na terça-feira, o grupo se desloca para Cali, onde irá coordenar a devolução do ex-deputado regional Sigifredo López, do Departamento do Valle.

As Forças Militares da Colômbia suspenderão as operações durante 24 horas nas zonas onde ocorram as libertações, para evitar incidentes que ameacem a missão ou a vida dos reféns.

O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, disse que o governo está disposto a prolongar a suspensão das operações militares caso as condições climáticas retardem a libertação.

Apesar de a guerrilha exigir a presença de um garante internacional, o presidente Álvaro Uribe rejeitou a participação de governos estrangeiros, para não pôr em risco as relações internacionais da Colômbia.

Atualmente, as Farc mantêm sequestradas 28 pessoas por motivos políticos, e pressionam por um acordo com o governo para trocá-las por cerca de 500 rebeldes presos. Entretanto, a cifra se reduzirá a 22 quando terminarem as libertações anunciadas pela guerrilha.

O governo e as Farc mantêm posições radicais, que impedem o fim do drama dos reféns, alguns dos quais sequstrados há mais de 11 anos na selva.

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