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Até o momento, quatro candidatos registraram a candidatura às eleições presidenciais na Colômbia. Desde o último sábado (25), a Registradoria Nacional do Estado Civil da Colômbia, órgão responsável pela organização das eleições no país, começou a receber as inscrições dos candidatos à presidência para o processo eleitoral do próximo dia 25 de maio.

Estão inscritos o presidente Juan Manuel Santos, que busca a reeleição; Oscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático (movimento criado por Álvaro Uribe); e duas candidatas dos movimentos de esquerda, Clara López (Pólo Democrático) e Aída Avella, da União Patriótica.

Além das duas candidatas já registradas, Marta L. Ramírez foi escolhida ontem (26) candidata presidencial na convenção do Partido Conservador. Candidata de um partido aliado da coalizão de Santos, sua escolha dividiu o grupo. A parte que se mantém fiel à candidatura do presidente não reconhece Marta Ramírez e fala em "inviabilizar" sua candidatura.

A propaganda eleitoral e a campanha dos candidatos já estão permitidas, ainda que nem todos os nomes tenham sido registrados. O prazo final para a inscrição dos candidatos é 7 de março, dois meses e meio antes das eleições presidenciais e dois dias antes das eleições parlamentares para o Senado e Câmara.

As pesquisas eleitorais apontam o favoritismo de Juan Manuel Santos, porém com a necessidade de um segundo turno. Caso nenhum candidato obtenha maioria dos votos em maio, as eleições suplementares serão realizadas em junho.

Faltando quatro meses para as eleições presidenciais na Colômbia, o andamento do processo de paz entre o governo colombiano e as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) será um fator importante para definir o quadro. Essa é a visão de especialistas colombianos consultados pela Agência Brasil sobre o panorama político no país

A cientista política Arlene Tickner, da Universidade Externado da Colômbia, avalia que Santos terá que aumentar a "propaganda sobre o processo de paz", em um processo já iniciado que ele costuma chamar de "pedagogia da paz".

"O governo errou na comunicação do processo, falta informação e falta proximidade da mesa [de negociação] com a população. A guerra continua e a imagem da negociação ainda não trouxe mudanças. É preciso convencer a opinião pública sobre o tempo necessário para o processo", disse à Agência Brasil.

Nos últimos meses, Santos ampliou a exposição do tema. Ele orientou seus partidários a ensinar sobre o processo de paz, mostrando em suas bases a importância de se prosseguir com a negociação.

No início dos diálogos, o presidente colombiano adotava uma postura otimista e prometia um desfecho rápido do processo de paz. Ele chegou a prometer que, até o final do ano passado, um acordo final poderia ser firmado. Mas com as dificuldades enfrentadas, adotou um tom mais moderado.

"Estou 100% confiante no resultado do processo de paz, mas a conclusão ainda vai demorar", costuma dizer. Agora, em vez de apostar no sucesso da negociação para garantir sua reeleição, ele fala na continuidade do processo.

"Quero uma chance. Quero ser reeleito pela paz", afirmou quando anunciou, em novembro do ano passado, que disputaria a reeleição.

Com relação aos adversários, Santos tem dois polos opositores. Um, à direita, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, candidato ao Senado. Outro, dividido entre o Polo Democrático e a Marcha Patriótica, que reúne movimentos sociais e é apoiada por setores das Farc.

"Tudo vai depender do desempenho desses candidatos em um primeiro turno. Se Santos chega ao segundo turno com um candidato mais à esquerda, pode perder o apoio dos setores de centro-esquerda. Mas não teria, necessariamente, o apoio do uribismo, que rompeu com seu governo", analisa a pesquisadora.

Por outro lado, ela analisa que, caso um candidato mais à direita de sua gestão chegue com ele ao segundo turno, Santos poderia conseguir o apoio de setores da esquerda e especialmente das Farc.

"Mesmo com o cenário truncado desse inicio de campanha, e com todo o desgaste do processo de paz, Santos ainda tem apoio do Partido de la U [como é conhecido o Partido Social de Unidade Nacional, sua legenda], de parte dos conservadores e dos liberais", explica a pesquisadora.

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