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O principal passo na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela permaneceu aberto nesta segunda-feira, enquanto setores colombianos pedem que sejam feitas gestões de países como o Brasil e a Espanha para ajudar a reduzir as tensões políticas entre os dois países. Enquanto isso, o presidente da Bolívia, Evo Morales, manifestou Hugo Chávezapoio ao presidente da Venezuela,, e antecipou que pedirá uma reunião de emergência da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) na qual será discutida a crise entre Venezuela e Colômbia.

A senadora colombiana Cecília López, do Partido Liberal, da oposição, indicou que Bogotá deveria pedir a um terceiro país que abra o diálogo entre Colômbia e Venezuela, ao mesmo tempo que descartou qualquer possível conflito armado, como no domingo deixou entrever o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Uma guerra entre Colômbia e Venezuela é o mais absurdo. Somos países amigos", disse.

O ex-chanceler colombiano Guillermo Fernández de Soto (1998-2002) disse em entrevista por telefone que essa gestão para mediar a crise poderia ser feita pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem boas relações tanto com Chávez quanto com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

De Soto agregou que, descontando o exagero do discurso de Chávez, a diferença da crise atual para outras mais antigas é que agora existem "incidentes com mortos e isso é preocupante".

Por sua vez, o vice-chanceler da Venezuela, Francisco Arias, disse em entrevista em Caracas à emissora de rádio Caracol da Colômbia que não é seu país e nem Bogotá os que "promovem uma guerra" entre as duas nações vizinhas, e sim "os Estados Unidos"

Arias sugeriu, sem entrar em detalhes, que por trás da suposta provocação da Colômbia também está o interesse do presidente colombiano Álvaro Uribe em "resolver o problema interno da reeleição" para disputar um terceiro mandato nas eleições de 2010.

"A verdadeira provocação e causa da guerra", disse Arias, "é que com o acordo assinado em 30 de outubro entre Bogotá e Washington, para que militares norte-americanos usem bases colombianas, estão trazendo um elefante para caminhar sobre uma cristaleira, como são os Estados Unidos".

Analistas como o ex-assessor de segurança da presidência da Colômbia, Armando Borrero, asseguram não acreditar que Chávez pense seriamente em nenhum tipo de agressão. "A situação interna da Venezuela, com alta criminalidade e racionamentos de água e eletricidade, o levou a buscar um inimigo externo, mas não acredito que Chávez tenha em mente uma agressão" à Colômbia, diz o especialista. Uma mobilização de tropas custa muito, disse Borrero.

Nas últimas semanas, Chávez elevou o tom das críticas a Bogotá e a Washington, em meio a reportagens sobre o assassinato de pelo menos uma dezena de homens no lado venezuelano da fronteira, entre eles nove colombianos. No começo de novembro, dois guardas nacionais venezuelanos foram baleados por desconhecidos em um posto de controle na fronteira. Caracas acusou que os autores das mortes dos guardas seriam paramilitares colombianos, mas não forneceu mais detalhes. A Colômbia afirmou que as acusações eram graves.

Após as mortes dos dois guardas em 2 de novembro, a Venezuela ordenou o fechamento da fronteira por 36 horas. No último final de semana, vários postos na fronteira ficaram temporariamente fechados, entre eles a passagem na ponte internacional Simón Bolívar, que une a cidade venezuelana de San Antonio com a colombiana de Cúcuta, uns 400 quilômetros ao noroeste de Bogotá. O eixo San Antonio-Cúcuta é o com maior volume de trânsito na fronteira, com milhares de pessoas e 20 mil veículos cruzando a ponte todos os dias.

Morales Apoia Chávez

O presidente da Bolívia apoiou Chávez e disse que a Colômbia "é uma base militar dos EUA". Segundo ele, "o que Guantánamo é para Cuba, a Colômbia agora é para a Venezuela, Nicarágua, Equador e Bolívia. Agora existe outra Guantánamo", disse fazendo uma comparação com a base norte-americana de Guantánamo, na ilha de Cuba.

Morales também pediu a derrota, nas eleições colombianas de maio de 2010, dos partidos e políticos colombianos que apoiam o uso de bases militares do país pelos EUA.

"É melhor que antes de chegar a conflitos e agressões, que as organizações políticas sejam derrotadas democraticamente na Colômbia, e digo isso mesmo que falem que é uma intromissão, mas estou obrigado a defender a soberania dos povos da América Latina", disse Morales.

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