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Guerra comercial

Com tarifas de Trump, China vê sua moeda despencar ao menor valor desde 2007

Com tarifas de Trump, moeda chinesa desaba ao menor nível desde 2007
O ditador da China, Xi Jinping (Foto: Andressa Anholete / EFE)

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O yuan chinês registrou uma desvalorização significativa nesta quarta-feira (9), alcançando seu nível mais baixo desde dezembro de 2007.

Segundo informações da agência Reuters, a moeda chinesa encerrou a sessão doméstica cotada a 7,34 por dólar americano, registrando sua cotação mais fraca em mais de 17 anos. A desvalorização ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Nesta quarta-feira, o governo Trump, que já havia elevado as tarifas sobre produtos chineses para 104%, ampliou ainda mais a pressão ao aumentar essa taxa para 125%.

O nervosismo gerado pela disputa comercial também atingiu o chamado yuan offshore — que é negociado fora da China — que caiu mais de 1% na terça-feira (8), atingindo a mínima histórica de 7,42 por dólar antes de se recuperar parcialmente durante o pregão asiático, cotado a 7,37.

Segundo fontes ouvidas pela agência Reuters, o Banco Popular da China (PBOC) reagiu à pressão cambial fixando a taxa de paridade do yuan em 7,20 por dólar, o nível mais baixo desde setembro de 2023. A medida sinaliza um esforço das autoridades para conter uma desvalorização mais abrupta da moeda.

Paralelamente, bancos estatais chineses intensificaram as vendas de dólares no mercado onshore — que é o mercado de câmbio doméstico da China, onde o yuan é negociado sob regras mais rígidas e sob o controle direto do governo. A movimentação teve como objetivo desacelerar o ritmo de queda da moeda local.

Na avaliação de analistas, as novas tarifas impostas por Trump devem provocar efeitos severos sobre a economia chinesa. Segundo a consultoria britânica Capital Economics, se as tarifas não forem revertidas, a China poderá ver suas exportações para os Estados Unidos encolherem em mais da metade nos próximos anos.

Esse impacto direto sobre as exportações afeta de forma significativa o crescimento econômico do país. A Capital Economics projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) da China pode encolher entre 1% e 1,5%, dependendo de quanto o país conseguirá redirecionar suas exportações para outros mercados.

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