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O Pentágono demitiu do cargo a comandante da base espacial dos Estados Unidos na Groenlândia nesta quinta-feira (10), após ela ter enviado um e-mail para a equipe da unidade com críticas ao vice-presidente americano, J. D. Vance.
“A coronel Susannah Meyers, comandante da Base Espacial de Pituffik, foi destituída do comando pelo coronel Kenneth Klock, comandante da Base Espacial Delta 1, em 10 de abril de 2025, por perda de confiança na sua capacidade de liderança”, informou num comunicado o setor de Relações Públicas do Comando de Operações Espaciais.
“Espera-se que os comandantes sigam os mais altos padrões de conduta, especialmente no que se refere à imparcialidade no desempenho das suas funções. O coronel Shawn Lee assumiu o comando”, acrescentou a nota.
Ao divulgar o comunicado no X, o assistente para Assuntos Públicos do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e porta-voz chefe do Pentágono, Sean Parnell, compartilhou uma reportagem do site Military.com, que detalhou a mensagem que Meyers enviou à equipe da base espacial, onde, além de americanos, também trabalham canadenses, dinamarqueses e groenlandeses.
A então comandante da base fez referência a uma visita que Vance fez à unidade no final de março, na qual o vice de Donald Trump acusou a Dinamarca de não ter feito “um bom trabalho pelo povo da Groenlândia” e de ter investido pouco na ilha e na sua “arquitetura de segurança”.
“Passei o fim de semana pensando na visita de sexta-feira — as ações tomadas, as palavras ditas e como isso deve ter afetado cada um de vocês”, escreveu Meyers, segundo o Military.com.
“Não presumo entender a política atual, mas o que sei é que as preocupações do governo americano discutidas pelo vice-presidente Vance na sexta-feira não refletem [o pensamento do comando d]a Base Espacial de Pituffik”, disse a coronel.
“Comprometo-me a que, enquanto eu tiver a sorte de comandar esta base, todas as nossas bandeiras continuem tremulando orgulhosamente — juntas”, afirmou Meyers no e-mail.
Desde que voltou à Casa Branca, em janeiro, Trump tem reafirmado a intenção, que vem do seu primeiro mandato (2017-2021), de anexar a Groenlândia por questões de segurança.
Entretanto, ainda não está claro se o republicano pretende fazer isso por meio de uma intervenção militar ou uma compra do território autônomo, vinculado ao reino da Dinamarca.
Na sexta-feira passada (4), numa mudança de discurso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que se os moradores da Groenlândia quiserem ser independentes e “se afastar da Dinamarca”, os americanos estão “prontos” para oferecer “uma parceria”.
