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Em visita à base espacial americana na Groenlândia nesta sexta-feira (28), o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, disse não acreditar que será “necessária” força militar e que haverá um acordo de segurança entre o governo americano e o território autônomo, que faz parte da Dinamarca.
Trump e sua esposa, Usha Vance, lideram uma delegação da Casa Branca que está visitando a base dos Estados Unidos na Groenlândia, em meio à tensão diplomática causada pelos comentários do presidente Donald Trump de que pretende anexar o território por questões de segurança.
“Não achamos que a força militar será necessária”, disse Vance durante entrevista coletiva, segundo informações da CNN.
“Achamos que isso [acordo com a Groenlândia] faz sentido e, como achamos que o povo da Groenlândia é racional e bom, achamos que seremos capazes de fechar um acordo no estilo Donald Trump para garantir a segurança deste território, mas também dos Estados Unidos da América”, disse Vance, que acusou a Dinamarca de não ter feito “um bom trabalho pelo povo da Groenlândia”.
“Vocês investiram pouco no povo da Groenlândia e na arquitetura de segurança desta incrível e bela massa de terra, cheia de pessoas incríveis. Isso tem que mudar”, afirmou o vice de Trump.
A princípio, Usha Vance chegaria antes e teria agenda própria na Groenlândia, onde visitaria a capital do território, Nuuk, e locais históricos e assistiria a uma corrida de trenós puxados por cães.
Entretanto, a Casa Branca depois informou que a segunda-dama americana apenas iria à base espacial dos Estados Unidos com o marido.
O canal dinamarquês TV 2 informou que a agenda de Usha teria sido alterada porque a gestão Trump não teria encontrado ninguém disposto a recebê-la. O governo dos Estados Unidos não confirmou a informação.
Autoridades da Groenlândia e da Dinamarca rejeitaram a visita da delegação dos EUA. O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute B. Egede, pediu apoio internacional diante do que chamou de comportamento “agressivo” dos EUA, e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, definiu a visita como uma “pressão inaceitável”.
Nesta sexta-feira, moradores de Copenhague realizaram uma manifestação de apoio à Groenlândia em frente à representação do território na capital dinamarquesa, localizada no bairro de Christianshavn.