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O chefe do Estado-Maior do Exército americano, general Peter Pace, questionou afirmações feitas pela administração Bush de que o governo do Irã está fornecendo armas - algumas delas sofisticadas - para grupos milicianos xiitas no vizinho Iraque. Pace é tido como o principal coordenador estratégico da guerra contra o terror lançada pelos EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001.

"Sabemos que explosivos são produzidos no Irã", disse Pace à "Voz da América", na noite de terça-feira, durante uma viagem à Austrália. "O que eu não diria é que o governo do Irã tenha conhecimento disso. Está claro que iranianos estão envolvidos e está claro que materiais do Irã estão envolvidos, mas eu não diria, baseado no que sei, que o governo iraniano claramente sabe ou é cúmplice disso", acrescentou o oficial.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, tratou imediatamente de pôr panos quentes sobre a declaração de Pace, afirmando que o comentário não está desalinhado com a visão de Washington.

Horas depois, Bush disse que uma força estratégica ligada ao governo iraniano estava fornecendo armas e inteligência a milicianos, mas ressaltou que Washington ainda não tem condição de dizer se a cúpula do poder de Teerã está envolvida. Durante entrevista coletiva em Washington, o presidente se mostrou irritado com a insistência de jornalistas com o tema.

- O que sabemos é que as Forças Quds foram úteis em fornecer estes dispositivos mortais improvisados para redes dentro do Iraque - disse o líder. - O que nós não sabemos é se os principais líderes do Irã ordenaram às Forças Quds para fazerem isso - acrescentou.

Militares americanos de primeiro escalão disseram no domingo que os explosivos, conhecidos como EFPs e que podem produzir furos em veículos blindados, são produzidos de um modo semelhante ao iraniano. O armamento é responsável, segundo a versão oficial, pela morte de pelo menos 170 soldados da coalização liderada pelos EUA.

Sobre o impasse envolvendo o programa nuclear iraniano, Bush disse que os EUA e seus aliados progrediram na resolução do conflito, mas completou que conversas diretas com Teerã provavelmente não dariam certo.

- Se eu achasse que poderíamos ter sucesso, eu negociaria (com os iranianos) - declarou o presidente. - Mas eu não acho que podemos ter sucesso agora. Acho que é mais provável que alcancemos nossas metas quando outros também estiverem envolvidos.

Potências ocidentais querem que Teerã interrompa seu programa nuclear, o qual os iranianos dizem ser pacífico.

Moqtada al-Sadr

A principal milícia xiita no Iraque, o Exército de Mehdi, é liderado pelo religioso radical Moqtada al-Sadr. O Exército americano acredita que o líder tenha fugido para o Irã - país de maioria xiita. Assessores da milícia contestaram a informação e afirmaram que Sadr continua no Iraque, mas que pode ter deixado o local em que estava para evitar ser atingido por uma possível grande ofensiva americana.

Como parte da ampliação da nova ofensiva no Iraque, as fronteiras do país com Irã e Síria deverão ser fechadas. Os EUA e o governo de Bagdá acreditam que a medida interromperia o fluxo de munição para extremistas que alimentam a violência sectária no Iraque.

Nesta quarta-feira, um carro-bomba atingiu um ônibus de propriedade da Guarda Revolucionária do Irã, matando ao menos onze pessoas.

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