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O relatório de uma entidade de supervisão deve dizer que o Conselho Militar do Exército Republicano Irlandês (IRA) não representa mais nenhum tipo de ameaça paramilitar na Irlanda do Norte, afirmaram nesta terça-feira (2) meios de comunicação irlandeses.

O IRA foi o responsável por mais de metade dos 3.600 assassinatos sectários ocorridos na província de domínio britânico durante três décadas de conflito. O embate praticamente cessou com a assinatura do Acordo da Sexta-Feira Santa, em 1998.

Em 2005, o grupo guerrilheiro prometeu desarmar-se e defender seu plano de unificar a Irlanda recorrendo a meios pacíficos. Mas o fato de o IRA continuar a existir ainda preocupa os grupos unionistas favoráveis ao domínio britânico sobre a Irlanda do Norte.

Segundo meios de comunicação irlandeses, que não citaram a fonte de suas reportagens, a Comissão Independente de Monitoramento (IMC), em um relatório a ser publicado nesta quarta-feira (3), dirá que, apesar de o Conselho Militar do IRA ainda existir, a entidade não funcionava mais como comando militar e não mais representava uma ameaça.

O órgão oficial de supervisão já havia afirmado não acreditar que a guerrilha estivesse ainda envolvida com atividades ilegais.

A IMC afirmou também que o acordo selado no ano passado pelos grupos políticos rivais da Irlanda do Norte com vistas a compartilhar o poder em um governo regional havia aumentado o envolvimento do grupo no processo democrático.

Em agosto, a Grã-Bretanha e a República da Irlanda pediram que a IMC avaliasse a fundo a situação do IRA. As descobertas da entidade foram apresentadas aos dois governos na segunda-feira.

Um porta-voz do governo britânico descreveu o relatório da IMC como "muito significativo". Não foram divulgados maiores detalhes.

Apesar de o acerto do ano passado ter referendado o processo de paz de 1998, vinha aumentando a tensão entre o Partido Unionista Democrático (DUP, pró-britânico) e o Sinn Fein (nacionalista).

Houve temores de que o Sinn Fein, um aliado do IRA, deixasse o governo regional se não visse firmado um cronograma para a transferência, de Londres a Belfast, da sede dos poderes policial e judiciário da Irlanda do Norte.

O DUP, de outro lado, não tem pressa para ver implantada uma força policial controlada pelo governo regional. Grupos guerrilheiros dissidentes, dos quais participam nacionalistas, continuam realizando ataques esporádicos.

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