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Uma alemã acusada de matar seus bebês recém-nascidos ao longo de uma década e de enterrá-los em vasos de flor começou a ser julgada na quinta-feira. O caso chocou o país.

Advogados da mulher de 40 anos de idade, identificada apenas como Sabine H., da cidade de Frankfurt an der Oder (leste), disseram no começo do julgamento que a cliente deles não testemunharia em defesa própria.

A ré, uma auxiliar de odontologia desempregada, enfrenta oito acusações de homicídio culposo, já que o primeiro dos nove crimes prescreveu. Ela pode ser condenada a até 15 anos de prisão.

A polícia do Estado de Brandenburgo (leste) descobriu os ossos dos nove recém-nascidos enterrados em vasos de flor, em cestos e em um tanque para peixes depois de um vizinho dos pais da mulher ter encontrado os restos mortais de alguns dos bebês ao limpar sua garagem, em julho passado.

A acusada disse aos investigadores que estava sozinha quando deu à luz e que, na maior parte dos casos, estava bastante embriagada.

Ela admite ter deixado os dois primeiros recém-nascidos morrer, mas nega ter matado as crianças intencionalmente e afirma que não consegue se lembrar das sete mortes mais recentes por estar em um estado de estupor alcoólico.

"Eu não os matei deliberadamente. Eu apenas os deixei sozinhos e não cuidei deles", afirmou a respeito do primeiro dos dois filhos em um depoimento dado antes do julgamento e que foi lido na corte pelo juiz Matthias Fuchs.

Pior assassinato de crianças

As mortes dos bebês, ocorridas entre 1988 e 1998, foram descritas como a pior série de assassinatos de crianças da Alemanha do pós-guerra e provocou surpresa pelo fato de os crimes terem sido notados apenas recentemente.

A mulher afirmou que o ex-marido dela, com quem teve sete meninas e dois meninos que morreram, passava longos períodos longe de casa devido aos problemas maritais e que não ficou sabendo das várias gestações dela.

O casal possui três crianças que cresceram antes das mortes terem acontecido e a mulher possui uma criança de 2 anos de idade de um outro homem.

Um dia após a prisão, no ano passado, Sabine H. falou sobre um "círculo vicioso" que começou com sua quarta gravidez, em 1988.

O marido dela era contra o nascimento de novos filhos, contou a mulher. Ela então resolver manter segredo a respeito da gestação, acabando por dar à luz no banheiro, onde o bebê teria morrido afogado.

A acusada afirmou que começou a beber compulsivamente a fim de apagar de sua cabeça a imagem do "rosto azul" da criança. Ela nunca considerou fazer abortos nos anos seguintes com medo de que o médico descobrisse sobre os nascimentos anteriores.

Em procedimentos preliminares, a mulher descreveu como colocou os bebês mortos em sacos plásticos e depois os enterrou em vasos de flor, alguns dos quais manteve em sua sacada, para ficar perto de suas crianças.

A promotoria pediu inicialmente que Sabine H. enfrentasse acusações de homicídio doloso, mas a Justiça acabou determinando que a ré fosse julgada por homicídio culposo porque os crimes aconteceram em um cenário de consumo excessivo de álcool e de problemas familiares.

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