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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a viagem de uma comissão parlamentar a Moscou para conversar com o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden sobre as atividades de espionagemdo órgão a cidadãos e empresas brasileiras.

A criação da delegação foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas a viagem ainda depende da aprovação pelo governo da Rússia, segundo o serviço de notícias da Câmara.

Snowden recebeu asilo temporário na Rússia depois de permanecer mais de um mês refugiado no aeroporto de Moscou.

O presidente da Comissão, deputado Nelson Pelegrino (PT), informou que transmitirá o pedido à embaixada russa em Brasília o mais rápido possível.

A Comissão abriu na semana passada uma investigação para estabelecer a veracidade das denúncias que afirma que a NSA espionou as comunicações eletrônicas e telefônicas da presidente Dilma, de seus principais assessores e da Petrobrás.

As denúncias estão apoiadas em documentos que Snowden entregou ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "Guardian", que mora no Rio de Janeiro.

"As informações são gravíssimas e demonstram a total vulnerabilidade a que está submetida à privacidade de milhões de brasileiros", alegou o deputado Ivan Valente (PSOL), que propôs o envio do grupo a Moscou.

"Esse novo capítulo revela o forte interesse econômico dos Estados Unidos em setores estratégicos da economia brasileira. Snowden é responsável pela divulgação de uma das maiores redes de espionagem da história mundial", disse o deputado.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, Dilma disse que a espionagem da Petrobras, se confirmada, joga por terra as alegações de Washington de que a motivação é a luta contra o terrorismo.

Na semana passada o governo brasileiro convocou o embaixador dos EUA, Thomas Shannon, e exigiu "explicações rápidas e por escrito".

Dilma falou pessoalmente sobre o assunto com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a reunião de líderes do G20 em São Petersburgo, na semana passada. Depois de um encontro privado ela disse que ele se comprometeu a investigar e dar explicações.

A presidente condicionou a visita de Estado prevista a Washington dia 23 de outubro a essas explicações.

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