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A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse nesta quinta-feira que o Bahrein precisa controlar a ação das suas forças de segurança, acusadas de terem matado manifestantes e atacado equipes médicas.

Pillay criticou a "ocupação militar de hospitais" durante distúrbios na quarta-feira, quando o governo do pequeno emirado usou tanques e helicópteros para dispersar manifestantes da maioria xiita contrários ao regime sunita.

"Há relatos de prisões arbitrárias, assassinatos, espancamentos de manifestantes e de pessoal médico, e de ocupação de hospitais e centros médicos por parte de diversas forças de segurança", disse a sul-africana em nota. "Essa é uma conduta ilegal e chocante."

Pillay, ex-juíza de crimes de guerra da ONU, disse que os responsáveis por esses atos, mesmo sob ordens superiores, podem ser punidos penalmente.

Ela disse que os supostos abusos foram atribuídos à polícia e aos militares locais, e também à força estrangeira mobilizada pelo bloco regional Conselho de Cooperação do Golfo. Cerca de mil soldados sauditas e 500 policiais dos Emirados Árabes Unidos entraram nesta semana no Bahrein, um pequeno reino numa ilha do golfo Pérsico.

"Peço ao governo que não use a força contra manifestantes desarmados, que facilite o atendimento médico aos feridos e desarme os grupos de vigilantes, incluindo funcionários de segurança à paisana, e eu também conclamo os manifestantes e o governo ao diálogo imediato sobre reformas significativas e o fim da violência", declarou Pillay.

O Bahrein prendeu pelo menos seis líderes da oposição na quinta-feira, um dia depois de receber críticas dos EUA, seu aliado, por causa da repressão sangrenta aos protestos.

Pillay disse que seu alto-comissariado recebeu denúncias de que "armas automáticas também podem ter sido usadas para disparar balas reais contra os manifestantes e transeuntes". Agentes à paisana haviam sido vistos usando "bastões, facas, espadas e pedras para atacar os manifestantes".

Ela relatou que o pessoal de segurança havia agredido fisicamente equipes do principal hospital de Manama, e que "impediram funcionários e pacientes de entrar ou sair".

Havia temores de que pacientes gravemente feridos, dependendo de respiradores artificiais, poderiam morrer se a energia não fosse rapidamente restabelecida no hospital, disse Pillay, citando relatos de que a eletricidade tinha sido cortada na quarta-feira.

As forças barenitas impediram ambulâncias de transportar civis feridos para os centros médicos, e também atacaram várias aldeias, de acordo com denúncias recebidas pelo alto-comissariado.

Pillay também expressou preocupação com o estado de emergência decretado pelo rei do Barein nesta semana, com duração de três meses, e disse que a medida não pode servir de justificativa para assassinatos, torturas e outros abusos.

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