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Os militares formaram uma comissão para mudar a Constituição do Egito, afirmou hoje um membro do painel. O grupo encarregado de pensar nas alterações se reuniu pela primeira vez com o chefe da junta militar que comanda o país. "As Forças Armadas querem entregar o poder o mais rápido possível. Elas querem emendas à Constituição", disse Sobhi Saleh, um advogado e ex-parlamentar da Irmandade Muçulmana.

Saleh, membro do comitê de oito pessoas, entre juízes e outros especialistas em Direito, disse que o grupo revisará a Constituição, suspensa pelas Forças Armadas no domingo, quando também o Parlamento foi dissolvido. O painel é liderado por Tariq al-Bishari, um respeitado ex-chefe do tribunal administrativo do país.

Também hoje, a Irmandade Muçulmana afirmou que pretende formar um partido político, após o fim do regime do presidente Hosni Mubarak, que renunciou na sexta-feira. O governo de Mubarak havia banido a Irmandade Muçulmana das eleições, mas seus membros acabavam concorrendo como independentes. "A Irmandade Muçulmana acredita na liberdade de formar partidos e, portanto, está determinada a ter seu próprio partido político", afirmou Mohammed Mursi, um membro do escritório político do grupo, em comunicado.

A Irmandade Muçulmana é o mais poderoso grupo da oposição organizada no Egito. Nas eleições parlamentares de 2005, seus candidatos obtiveram 20% dos votos no Legislativo. No ano passado, porém, a Irmandade Muçulmana boicotou o segundo turno das eleições legislativas, após não conseguir nenhuma cadeira no primeiro turno, em meio a várias denúncias de fraude e violência em prol do governista Partido Democrático Nacional, de Mubarak. A Irmandade Muçulmana não liderou, mas se uniu aos protestos nacionais que culminaram com a queda de Mubarak. O grupo diz que não pretende concorrer nas próximas eleições presidenciais.

O grupo é alvo de temor no Ocidente e entre alguns rivais seculares, segundo os quais a Irmandade Muçulmana poderia chegar ao poder pelas urnas para implementar a lei islâmica no mais populoso país árabe do mundo. A Irmandade Muçulmana rejeita esse cenário, insistindo que apoia demandas mais amplas dos manifestantes pela democracia, que derrubaram Mubarak e buscam agora um sistema aberto multipartidário. A Irmandade Muçulmana foi oficialmente banida na década de 1950, mas tem centenas de milhares de membros e opera uma vasta rede de programas sociais e religiosos pelo Egito. As informações são da Dow Jones.

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