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Símbolo que indica risco biológico (biological hazard), usado em veículos do Centro de Controle de Doenças, nos EUA | Bigstock
Símbolo que indica risco biológico (biological hazard), usado em veículos do Centro de Controle de Doenças, nos EUA| Foto: Bigstock

1 Entrar

A transmissão do ebola se dá pelo contato com fluidos corporais, como em cortes na pele, mas também ao se tocar os olhos ou o nariz com mãos contaminadas. Uma vez dentro do corpo, o ebola estabelece um ponto de apoio.

2 Atacar

Depois de atacar a primeira linha de defesa do sistema imune para desativar seus alarmes, o vírus se reproduz rápido, infectando uma variedade de células antes que o sistema de defesa do corpo humano reconheça a ameaça.

3 Contagiar

Os sintomas da doença só aparecem após a produção de um número suficiente de vírus nas células. Então surgem febre, dores musculares e de cabeça e inflamação na garganta. É quando o paciente se torna contagioso.

Casos

O número de casos reportados de contaminação pelo vírus ebola passou de 10 mil, indicando que a doença continua se espalhando, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a agência, o número de casos confirmados, prováveis e suspeitos subiu para 10.141, sendo que já foram registradas 4.922 mortes. Cerca de 200 novos casos foram reportados desde o último relatório, divulgado há quatro dias.

As pessoas que dividiram um apartamento com o primeiro paciente do ebola nos Estados Unidos estão deixando o período de quarentena com saúde. Apesar disso, duas enfermeiras americanas foram contaminadas ao tratar o paciente, Thomas Eric Duncan, que morreu da doença. Por outro lado, na Espanha, uma outra enfermeira e quatro auxiliares de saúde americanos superaram o ebola. E mesmo no oeste da África, onde a epidemia é mais forte, nem todos morrem.

Então por que algumas pessoas conseguem escapar do ebola e outras não?

Para Joseph McCormick, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Texas, o fim da quarentena das pessoas que tiveram contato com Duncan "só reforça o que a maioria de nós que entende um pouco sobre a doença falam há muito tempo: ela não se propaga tão facilmente". Ex-funcionário do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), McCormick trabalhou na primeira epidemia conhecida do ebola, em 1976, e em numerosos surtos da doença e de outros vírus hemorrágicos.

A velocidade em que os sintomas aparecem depende parcialmente da quantidade de vírus a que o paciente foi inicialmente exposto, afirma McCormick. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que há uma quantidade maior do vírus em secreções como sangue, vômito e fezes, em comparação com outros fluidos.

Ainda não existe um tratamento específico para o ebola, mas especialistas dizem que tratamentos básicos são cruciais para dar tempo ao corpo de enfrentar o vírus. Dentre eles estão a injeção de fluidos e nutrientes no paciente e o controle da pressão sanguínea.

Durante o tratamento, o paciente pode apresentar desidratação por causa dos vômitos e diarreia. Nos casos mais severos, as veias começam a vazar, fazendo com que a pressão sanguínea caia a níveis perigosos e fluidos se acumulem nos pulmões.

"O problema-chave é o equilíbrio entre manter a pressão sanguínea alta, fornecendo fluidos, e não empurrá-los para um edema pulmonar no qual os pacientes irão literalmente se afogar", diz McCormick.

A morte dos pacientes ocorre geralmente devido ao choque e à falência de órgãos.

Pesquisas

Forma como o sistema imunológico funciona determina sobrevivência

A sobrevivência pode depender de quão rapidamente alguém recebe ajuda médica, mas também pode ser influenciada por fatores além do controle de qualquer pessoa.

Pesquisas realizadas por Joseph McCormick, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Texas, sugerem que sobreviver depende parcialmente de como o sistema imune reage inicialmente — e se muitos glóbulos brancos morrem antes de poderem lutar contra o vírus. Outras pesquisas relacionam fatores genéticos ao aumento nas chances de cura.

"Nós dependemos das defesas do corpo para controlar o vírus", diz Bruce Ribner, médico que lidera a unidade de doenças infecciosas do hospital universitário Emory, em Atlanta. O centro médico em questão já tratou com sucesso três auxiliares de saúde com ebola e agora cuida de uma das enfermeiras de Dallas. "Nós só temos que manter o paciente vivo por tempo o suficiente para que o corpo controle essa infecção".

E em relação a tratamentos experimentais? Médicos em Emory e no Centro Médico do Nebraska, que tratou com sucesso de um assistente de saúde e agora cuida de um jornalista infectado no oeste da África, afirmam que não há como saber se os tratamentos realmente ajudam. As opções incluem transfusão de plasma, doado por sobreviventes do ebola que têm anticorpos contra a doença, e uma série de drogas experimentais que estão com o fornecimento escasso.

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