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A Venezuela adotou uma quarentena mais restritiva para tentar conter o avanço do novo coronavírus. No inicio de junho, o país tentou afrouxar as medidas de controle da pandemia. Nesse período, o número de infectados e de mortes causadas pela Covid-19 dobrou - quase 8 mil casos oficiais e mais de 70 mortes (em 8/7).

O país vizinho conta também com a ajuda dos Médicos Sem Fronteiras para conter o avanço da doença. Só na cidade de Petare, são 100 médicos escalados para o auxílio.

Confira vídeo explicativo sobre o avanço do coronavírus no país de Nicolas Maduro.

Antes da pandemia o país já enfrentava uma crise política, econômica e social histórica. Médicos e enfermeiros relataram recentemente que sabão e desinfetantes são "praticamente inexistentes" em suas clínicas e hospitais, e a hiperinflação dificulta cada vez mais que os profissionais tragam esses insumos de casa.

Em Caracas, a falta d'água em hospitais é constante. Hospitais mais remotos chegaram a ficar de semanas a meses sem água. Os pacientes e profissionais precisam trazer a sua própria água para beber e se limpar.

"Estamos enfrentando uma tremenda pandemia no mundo. Na Venezuela, é o começo da pandemia, é o verdadeiro surto. Antes, tínhamos visto a chegada da pandemia, agora estamos vendo o verdadeiro surto", declarou Maduro durante uma reunião por videoconferência com a equipe governamental encarregada de deter o vírus SARS-CoV-2.

Desde segunda-feira (22), a circulação nas principais estradas de dez estados do país foi limitada, com o que está sendo chamado de “barreiras especiais de contenção”. Caracas e as regiões fronteiriças foram as mais afetadas pelas medidas.

Quatro em cada cinco venezuelanos não conseguem arcar com o valor da cesta básica. A pobreza no país atingiu 96,2% dos domicílios em 2019, enquanto a pobreza extrema alcançou 79,3%. Os índices colocam o país nas mesmas condições de países da América Central, Caribe e África em termos de pobreza e desnutrição. Considerando pobreza, desigualdade social e instabilidade política, a Venezuela aparece em segundo lugar na lista de 12 países, atrás apenas da Nigéria e com situação pior do que a de países como Irã, Congo e Zimbábue.

Os dados são da Pesquisa Nacional de Condições de Vida (ENCOVI), realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Social (IIES) da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), na Venezuela. O levantamento foi realizado entre novembro de 2019 e março de 2020, com amostragem estimada para 16.920 domicílios, embora tenha sido concluída em apenas 9.932 domicílios devido à quarentena do Covid-19.

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